Guia para criação de cenários em ambientes de educação a distância

A aprendizagem baseada na resolução de problemas pode ser um desafio para os alunos, tanto quanto é para o responsável pelo design instrucional. Esse tipo de aprendizado geralmente é apoiado na contextualização de um problema real, que os alunos devem resolver com base na fundamentação teórica da disciplina abordada. O desafio para o design instrucional é criar o cenário desse problema, que ao mesmo tempo deve prover um desafio para os alunos, ao mesmo tempo em que contextualiza situações inerentes a sua profissão ou área de estudo.

Dentre as várias aplicações para esse tipo de ensino, podemos listar o de análises clínicas. Ainda é grande a resistência de professores e estudantes dos cursos de saúde, por fazer atividades a distância. Porém, precisamos lembrar que os sistemas de diagnóstico a distância estão se tornando cada vez mais comuns, trazendo o EAD e o uso de internet, como sistema de aprendizado ainda na universidade uma ferramenta indispensável para que esses profissionais estejam preparados para trabalhar em um futuro não muito distante.

Se você pretende implementar esse tipo de ensino nas suas aulas a distância, ou instituição de ensino, recomendo a leitura desse texto, sobre a criação de cenários para resolução de problemas.

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O texto é relacionado com um curso de medicina, de uma universidade canadense, mas descreve bem o processo de ensino com base na resolução de problemas, e para melhorar ainda mais a referência, eles recomendam vários livros para leitura sobre o assunto.

Veja algumas das dicas que eles relacionam no texto, para elaborar os cenários desses problemas:

  1. O cenário deve apresentar situações corriqueiras aos alunos, com informações geralmente presentes na identificação do problema
  2. O formato do problema deve permitir uma seqüência de ações independentes, para buscar a resolução do problema
  3. O prazo para resolução desses problemas em aula deve ser de aproximadamente 2 ou 3 semanas, com a apresentação gradual de informações adicionais provenientes de investigação (Nota: Esse ponto pode apresentar variações, dependendo da área abordada)
  4. O tutor não precisa ser especialista no assunto, mas sim trabalhar como um facilitador para o aprendizado e investigação dos alunos.
  5. O problema apresentado deve fomentar a discussão e investigação em todas as áreas de interesse dos alunos
  6. Se for o caso, adicione informações visuais na explanação do problema

Se você visitar o endereço que recomendei, verá que adaptei algumas das recomendações para que fiquem mais generalistas, o texto é bem específico para problemas da área clinica.

Espero que com essas dicas, você possa criar cenários melhores para as suas aulas a distância, ou orientar os seus professores para trabalhar com esse tipo de metodologia.

CSCL: Aprendizagem colaborativa usando o computador

Umas das vantagens de usar tecnologia como apoio para educação é a possibilidade de aproveitar todo o potencial de comunicação e interatividade com a internet. Hoje pela manhã, um colega professor me perguntou se eu já havia preparado algum curso, que usasse de maneira plena a teoria do CSCL, que é a sigla para Computer Suported Collaborative Learning, ou seja, aprendizagem colaborativa apoiada por computador. Essa é mais uma das técnicas de ensino que se encaixam perfeitamente em ambientes a distância, que usam internet.

Alguns autores associam o CSCL ao uso da aprendizagem baseada na resolução de problemas. Não confunda isso com trabalho em equipe, pois no trabalho em equipe pode haver a divisão de tarefas, quando aqui a idéia é trabalhar colaborativamente. Estando juntos na resolução de um problema, os alunos podem trocar experiências e opiniões, para aprender de maneira colaborativa.

Adobe Connect Session Screen Capture

Essa metodologia pode ser aplicada em qualquer situação? Não! Infelizmente esse tipo de metodologia não pode ser aplicado de imediato, em ambientes como sistemas LMS, sem muito planejamento prévio.

O que é necessário? Antes de mais nada, precisamos fazer uma pesquisa criteriosa, entre os próprios alunos, para conhecer a faixa etária e outras características que possam atrapalhar essa metodologia de ensino.

Um dos pontos críticos nesse aspecto é a tutoria. Quem já tentou usar ambientes virtuais de aprendizagem, para discutir assuntos sérios, sabe que é extremamente importante manter vigilância constante sob as mensagens. Alguns alunos, assim como na sala de aula presencial, teimam em desviar o foco das discussões, fazendo com que a experiência de todos fique prejudicada. Por isso, o trabalho do mediador ou tutor é de fundamental importância, para direcionar as discussões e criar um ambiente de colaboração.

Se você quiser usar esse tipo de ensino, nos seus cursos ou disciplinas virtuais, recomendo esse texto com as teorias envolvidas na aprendizagem colaborativa. Apesar de ser antigo, isso fica claro pelo design do site, o material é muito bom! Veja alguns dos assuntos abordados:

  • Teoria Sociocultural
  • Teoria do construtivismo
  • Aprendizagem baseada na resolução de problemas
  • Cognição

Esses são apenas alguns dos assuntos abordados. O texto está em inglês, mas mesmo que você não domine o idioma, recomendo um esforço para entender o processo. Em última instância, sempre temos as ferramentas de tradução eletrônica para dar uma forcinha.