Quando trocar o Moodle pelo WordPress?

A escolha de uma plataforma para oferecer cursos online é de fundamental importância, pois é essa plataforma que vai ajudar você no desenvolvimento do seu conteúdo. Entre as plataformas LMS mais conhecidas do mercado, encontramos o Moodle. É uma ferramenta fantástica para gerenciar alunos, cursos e comunidades educacionais.

Mas, o Moodle possui muitas limitações no que diz respeito ao seu uso como ferramenta externa aos ambientes acadêmicos. Vamos imaginar que você está planejando montar seus próprios cursos. A maneira natural de expandir seus negócios é reunir potenciais alunos, montar suas aulas e começar a oferecer inscrições para os cursos.

Nesse tipo de situação, em que você está planejando trabalhar com a oferta comercial de cursos rápidos, o Moodle não é a melhor alternativa.

Quando trocar o Moodle pelo WordPress

Qual a melhor opção? O WordPress é quem tem maior potencial para ajudar você.

Mas, ele não é uma plataforma para blogs?

No início o WordPress era classificado como uma plataforma exclusiva para blogs, mas com o tempo ele evoluiu para algo próximo de um CMS (Content Management System).

Você pode criar e oferecer diversos tipos de sistemas usando o WordPress, usando inclusive cursos.

Entre as vantagens do WordPress está o fato de ser relativamente simples de manter, em comparação com o Moodle que exige manutenção constante da plataforma. É possível manter o WordPress sozinho, ou em pequenas equipes.

Existem também inúmeras soluções para trabalhar com e-commerce no WordPress, o que facilita sua adoção como plataforma comercial de cursos online.

Então, quando devemos usar o Moodle?

Para esses tipos de solução, o Moodle seria recomendado para situações em que você possui grande necessidade de integrar ciclos educacionais contínuos. Por exemplo, uma instituição que oferece disciplinas online.

Isso geralmente exige o uso de recursos diversos para gerir iniciativas que duram entre 1 a 6 meses de interação. O perfil acadêmico do Moodle é uma grande vantagem nesses casos.

O retorno!

Depois de ficar quase três anos afastado das atualizações do blog, estou retomando os artigos sobre o uso do Moodle para educação a distância, tecnologia educacional e também design instrucional. Esses últimos meses foram muito positivos do ponto de vista dos projetos e trabalhos realizados. A metodologia usada para educação a distância está cada vez mais consolidada entre instituições de ensino e também os alunos. Hoje temos um fenômeno em termos de comunicação que são os dispositivos móveis, que possuem papel fundamental dentro de qualquer experiência voltada para educação a distância.

Como podemos trabalhar com iniciativas para o chamado Mobile Learning? E existe espaço para adicionar dentro das iniciativas de EAD a gameficação? Esses são alguns dos assuntos que pretendo abordar aqui no colaborativo nos próximos artigos. O objetivo é sempre tentar difundir um pouco do conhecimento e experiências com a produção, gestão e criação de cursos EAD e também da tecnologia como apoio para educação.

Moodle se inspirando no Twitter para novo formato de cursos EAD

No último artigo aqui no colaborativo, falei sobre o valor educacional do Twitter que nada mais é que uma ferramenta de comunicação entre os professores e alunos. Mas, o formado com que os conteúdos são apresentados no Twitter inspirou um usuário do Moodle a desenvolver um novo formato de cursos chamado Timeline. O projeto ainda está em desenvolvimento e deve ser finalizado nos próximos meses, como parte do Google Summer of Code 2009. Para quem não conhece o Moodle, essa é uma das ferramentas LMS mais usadas no mundo, pela sua natureza aberta e também pelas vantagens pedagógicas no uso do construtivismo social. A parte acadêmica e de gerenciamento dos alunos, pois os relatórios podem ser personalizados da maneira como a instituição de ensino achar melhor.

Como funciona esse curso no formato de timeline? Caso você já tenha um Twitter, deve saber como funciona a timeline. Vamos fazer uma analogia com o sistema de microblogs para que possamos entender melhor esse formado de curso. No Twitter podemos adicionar mensagens em um perfil, que são adicionados no topo da página, empurrando as mensagens mais antigas para baixo. Isso forma uma linha do tempo com numeração e datas para cada mensagem.

O curso no formato timeline do Moodle funciona de maneira parecida, em que o tutor deve adicionar novos tópicos para cada aula, editando e formatando os conteúdos de maneira mais informal. Já existe uma versão de testes do novo formato timeline, que pode ser conferida nesse link. Para ter acesso, basta fazer login com o usuário test e senha test. Ao fazer login entrar no curso, acione a edição do material e a seguinte tela vai aparecer:

moodle-twitter-curso-timeline-ead.png

Depois de acionar a edição, você vai visualizar na parte superior da tela um botão chamado New Section. Com esse botão é possível adicionar um novo tópico a aula, para conseguir trabalhar novos conteúdos e empurrar os tópicos mais antigos para baixo. Assim que vários tópicos estiverem disponíveis no curso, podemos navegar no conteúdo usando a paginação na parte inferior da interface.

Qual o impacto desse tipo de curso no planejamento de cursos EAD?

Os cursos que usam a timeline como formato, devem ser preparados com a premissa de ter material já pronto como é de costume, mas também a flexibilidade de criar tópicos intermediários com base em novos materiais descobertos na internet. Por exemplo, ao trabalhar com alunos em aulas sobre economia, um tutor pode adicionar um tópico específico sobre as últimas decisões do banco central, reunindo links de jornais e vídeos com reportagens. E com isso montar um fórum ou questionário para trabalhar com os alunos.

De certa forma, isso vai de encontro com a rigidez e planejamento necessários para planejar cursos EAD, mas é uma mudança necessária para se adaptar a dinâmica e velocidade com que as coisas acontecem na era da informação.

Os alunos ganham mais agilidade e os tutores precisam ficar atentos ao material disponível na web para montar seus cursos.

Qual o valor educacional do Twitter?

O ecossistema de tecnologias e recursos em que a maioria dos cursos EAD está envolvido sofre transformações e ajustes constantemente. Sendo que algumas novas tecnologias que parecem revolucionar a maneira com que as pessoas se relacionam na web, sempre resultam em desafios para professores e designers instrucionais na adaptação de aulas e metodologias, para adaptar os cursos aos novos sistemas. Um dos mais recentes ambientes em que os alunos estão inseridos, muito devido a uma exposição excessiva da mídia é o Twitter. O sistema de microblogs está fazendo muito sucesso hoje, sendo mais um canal de comunicação e relacionamentos entre pessoas.

A pergunta que devemos fazer sobre o Twitter é: qual o valor educacional desse sistema? Se é que ele existe.

Como base para comparação, podemos abordar o uso de blogs para educação que já estão inseridos nesse contexto educacional há um bom tempo. Os blogs são ferramentas poderosas para professores e tutores, e muitas pessoas se questionam se é possível migrar para o Twitter e fazer o mesmo tipo de abordagem com os alunos.

Twitter's

Como forma de abordar o uso do Twitter e blogs, podemos fazer uma comparação entre os recursos oferecidos por cada um dos sistemas/ambientes. Para facilitar a comparação, vamos usar os seguintes critérios para análise:

  • Texto
  • Uso de imagens
  • Uso de multimídia
  • Consulta ao histórico
  • Organização e classificação
  • Manutenção
  • Interação e diálogo

O primeiro a ser analisado é o blog:

  • Texto: Os blogs não apresentam nenhum tipo de restrição a quantidade de texto usado pelo professores, o que permite usar o sistema para qualquer tipo de descrição ou explicação envolvendo grandes quantidades de texto.
  • Uso de imagens: O uso de imagens e figuras é livre nos blogs, sendo que até nos sistemas gratuitos é possível enviar imagens para o sistema, sem a necessidade de usar artifícios para hospedar os arquivos em outros locais.
  • Uso de multimídia: Aqui também não há restrição de uso, mas o editor do blog precisa ter conhecimentos de html para colar os códigos necessários para mesclar os conteúdos no texto.
  • Consulta ao histórico: Os textos do blog são organizados em ordem cronológica, o que deixa mais fácil de acompanhar os textos.
  • Organização e classificação: A organização dos conteúdos pode ser realizada por categorias, tags ou mesmo em meses específicos.
  • Manutenção: Dependendo de como o blog é hospedado, a manutenção pode ser um desafio para pessoas sem conhecimentos técnicos.
  • Interação e diálogo: Os textos do blog podem permitir que os leitores publiquem comentários sobre o conteúdo apresentado no texto, se transformando em um mini fórum de discussão.

Agora analisando o Twitter:

  • Texto: Qualquer texto publicado no sistema só pode ter 140 caracteres.
  • Uso de imagens: Por padrão, não é possível usar imagens. Apensa links para lugares que hospedam a imagem de maneira externa.
  • Uso de multimídia: Assim como nas imagens, o material multimídia deve ser indicado por links.
  • Consulta ao histórico: Os textos são organizados em ordem cronológica, mas não há classificação específica. Os leitores podem fazer consultas por pesquisa textual.
  • Organização e classificação: Não há maneira simples de classificação como os blogs.
  • Manutenção: Não é necessária nenhuma manutenção, pois a hospedagem é feita nos servidores do próprio Twitter.
  • Interação e diálogo: Aqui existem uma grande diferença para os blogs. Os usuários podem citar outras pessoas nos comentários, como se fosse um diálogo. Também é possível enviar mensagens privadas entre usuários.

A comparação não tem como objetivo dissecar os serviços, mas mostra que para fins educacionais os blogs ainda não podem ser superados pelo Twitter. Os professores tem muito mais liberdade de organizar e publicar conteúdos do que no serviço de microblogs. O Twitter fica mais como uma ferramenta de comunicação rápida, que serve apenas para isso mesmo. Seria algo como comparar o uso de textos mais longos e trabalhados com o SMS do celular. É uma coisa útil, mas apresenta as suas limitações.

E você já fez a sua conta no Twitter? Se já fez, pode seguir o meu Twitter Allan Brito.

Novos recursos e opções em desenvolvimento para o Moodle: acesso offline para alunos

O Moodle está para receber várias novidades muito interessantes oriundas do projeto Google Summer of Code, que devem ajudar ainda mais os gestores e alunos que usam o sistema para cursos a distância. Os projetos do Google Summer of Code devem ser encerrados agora em Agosto, o que projeta a disponibilidade desses recursos para lançamentos e atualizações do Moodle realizadas a partir de Setembro desse ano. Mas, que recursos são esses? Alguns desses projetos já haviam sido comentados aqui no Blog, mas de maneira superficial. Hoje vamos dedicar a discussão a um desses projetos em particular, que deve transformar a experiência dos alunos e minimizar uma das maiores dores de cabeça dos gestores de cursos EAD.

Quem já não teve um aluno que justificou a falta de alguma atividade no Moodle ou outros sistemas de ensino pela internet, com o fato da sua internet ter “caído” durante a realização do exercício? Bem, esse é um tipo de justificativa que só perde em termos de freqüência para o uso de um vírus que apagou o computador todo!

OMG the internet is crashing....

Um dos projetos que está sendo desenvolvido para o Moodle, pretende fazer a integração da ferramenta com o Google Gears. Esse é o software do Google que permite integrar aplicativos que funcionam com base em internet com opções para trabalhar offline, sem o uso da internet. Imagine a seguinte situação: o aluno pode fazer um questionário ou atividade no Moodle, e mesmo que a sua conexão com a internet seja interrompida, o aluno pode continuar fazendo o questionário sem maiores problemas. Depois de finalizar o exercício, o aluno pode tentar ficar online novamente e assim sincronizar o resultado do questionário com o servidor que hospeda o Moodle, tudo isso habilitado pelo Google Gears.

Esse será o fim das desculpas dos alunos que usam as dificuldades em usar a internet como justificativa para perder atividades no Moodle. O recurso é uma ajuda interessante, principalmente no contexto da realidade brasileira, em que a inclusão digital ainda é uma realidade distante para a maioria dos nossos alunos, que conseguem adquirir o primeiro computador mais ainda usam a internet discada para seus estudos. Isso acaba resultando em economia também, pois as atividades podem ser copiadas para o computador e com a internet desconectada, o estudante pode realizar as suas atividades sem se preocupar com a conta no final do mês.

Para saber mais sobre esses recursos em desenvolvimento para o Moodle, visite esse endereço. É possível inclusive visitar ambientes de teste para essas novas funcionalidades do Moodle.