Novos projetos e opções para cursos a distância no Moodle

Assim como acontece em todos os anos no início do verão do hemisfério norte, o Google começa a organizar o seu Google Summer of Code, que propõe a vários universitários de instituições de ensino superior, a participação em projetos de software aberto. Por exemplo, um estudante que esteja com tempo livre e queira participar do desenvolvimento desses softwares ou sistemas, pode receber financiamento em dinheiro para dedicar tempo e criar novas funcionalidades para esses sistemas. Todos os anos o Moodle e outros sistemas especializados em educação acabam recebendo parte desse financiamento, e tem um grande avanço na criação de funcionalidades e opções para seus usuários.

Quais os projetos e funcionalidades que devem ser adicionadas, ou ao menos propostas, para o Moodle esse ano?

Abaixo está à lista de propostas para novas funcionalidades para o Moodle, a lista original pode ser encontrada aqui.

  • Possibilidade de criar relatórios de participação personalizados
  • Gravação de áudio para reutilização em cursos no formato síncrono
  • Integração com o Google Gears (para usar o Moodle sem estar conectado a internet)
  • Exportar os dados da configuração do Moodle no formato XML, para reutilização em outros portais
  • Sistema de estatísticas e relatórios baseados em Flash, para prover maior interação visual nos relatórios
  • Ferramenta de desenho integrada ao editor de textos
  • Opção de formatar um curso no estilo de um blog

Entre todas essas opções, duas delas me chamaram a atenção e acredito que sejam as que mais tendem a contribuir, ao menos são visíveis para os alunos.

A primeira é a possibilidade de gravar arquivos de áudio no próprio Moodle, que vai permitir que os professores e tutores ofereçam cursos e material síncrono, e até mesmo façam prova oral a distância com seus alunos! Esse tipo de opção já existe no Moodle, você encontra um módulo dela no Moodle Playpen, ainda em fase experimental.

A outra opção é a formatação dos cursos em formato de blog, que deve ser mais agradável em relação ao que os alunos estão acostumados a encontrar na própria internet. O uso de blogs é muito comum hoje em vários projetos, o que deve minimizar os impactos para as pessoas que nunca usaram sistemas educacionais.

As propostas não garantem que os projetos sejam executados e finalizados, tudo ainda vai depender de algum estudante que queira assumir os projetos.

Só nos resta aguardar e torcer.

Como planejar disciplinas de interpretação como o empreendedorismo?

Um dos grandes desafios do design instrucional é planejar disciplinas que não tem aplicação prática direta, como a matemática. A analogia com a matemática não é ao acaso, pois em termos de disciplina a organização dos conteúdos da matemática é simples, pois para a maioria das perguntas a resposta é única e não há margem de dúvida. Mas, algumas disciplinas que envolvem muita interpretação e desenvolvimento de conceitos pelos alunos são mais difíceis de avaliar e assimilar. Entre essas disciplinas está o ensino do empreendedorismo, que estou acompanhando de perto por participar da revisão dos conteúdos.

Depois de analisar o conteúdo da disciplina fica fácil de perceber que o processo de avaliação e mensuração do aprendizado é bem complicado, pois envolve a capacidade de interpretar e executar diversos conselhos e mudanças de comportamento do aluno. Como o professor não pode acompanhar os alunos para comprovar se ele conseguiu assimilar os conceitos no seu cotidiano, o processo de avaliação fica muito mais complicado.

working from home

A maneira mais eficiente de resolver esse tipo de problema é direcionar o ensino da disciplina para a técnica chamada de aprendizagem baseada na resolução de problemas. A idéia é fazer com que os alunos se transformem em consultores, resolvendo problemas e aplicando os conhecimentos adquiridos em situações vivenciadas por outras pessoas.

O processo resumido de planejamento da disciplina é o seguinte:

  1. Apresente os conceitos e conhecimentos necessários para que o aluno tenha ciência do assunto;
  2. Mostre os caminhos para que o aluno aplique os conhecimentos no seu cotidiano;
  3. Faça perguntas e testes sobre os conceitos;
  4. Apresente situações e problemas sofridos por personagens fictícios que possam ser resolvidos usando os conceitos apresentados.

No caso do empreendedorismo a resolução de problemas é perfeita para algumas situações, como o desenvolvimento de novos projetos. Um exercício muito interessante é a identificação das características de um empreendedor, ou a definição do que é um intra-empreendedor. Para os alunos essa técnica é um pouco trabalhosa, pois envolve muita interpretação de texto e leitura, os professores também devem ter um pouco de trabalho extra para corrigir esse tipo de material. Mas, é uma das melhores maneiras de avaliar e garantir o aprendizado do conteúdo pelos alunos.