Moodle em dispositivos móveis e internet nas universidades

A maioria das pessoas e profissionais envolvidos com educação a distância não se importa muito com o chamado m-learning ou mobile learning. O motivo? Esse tipo de tecnologia não emplacou nem com conteúdo de entretenimento, o que dirá com material educacional. As telas usadas para exibir textos para leitura são pequenas e o acesso aos serviços de internet móvel são absurdamente caros aqui no Brasil. Com o surgimento de celulares com interfaces mais apropriadas a navegação, assim como a disponibilidade de pontos de acesso a rede sem fio, em lugares públicos como mercados e shopping centers, o aprendizado móvel pode enfim se tornar uma realidade.

Vejam esse exemplo antigo, de como seria a navegação no Moodle em dispositivos móveis:

O simples fato de o aluno precisar usar vários cliques e interações com o celular, para poder navegar entre as diversas páginas do Moodle seria impraticável.

Mas, as novas ferramentas e possibilidades de acesso móvel, permitem até mesmo que estudantes possam usar aquele tempo perdido em filas nos mercados, para tentar responder exercícios e estudar. Sei que esses ambientes não são apropriados para concentração, mas é a desculpa perfeita para as pessoas que realmente não tem tempo, como os alunos que optam pelo EAD.

Mas só os alunos de iniciativas relacionadas com EAD podem se beneficiar? Na verdade, todas as instituições de ensino pode se beneficiar com esse tipo de estudo móvel. Todas as universidades e faculdades que conheço não investem mais em laboratórios de informática, devido ao alto custo em manter um grande parque tecnológico, mesmo com fins educacionais.

Imagine a seguinte situação, ao invés de investir em computadores a instituição pode usar pontos de acesso sem fio, e estimular seus alunos a possuir e usar dispositivos móveis de acesso. Com isso, os professores podem até mesmo passar atividades online para que os alunos respondam na própria sala. Muita gente não dá 2000 reais em um notebook, mas fica feliz com um celular com esse custo.

Esse pensamento me veio à cabeça, quando estava parado em uma fila e fiquei observando uma pessoa próxima, acessando a internet por uma rede 3G. Essa mesma pessoa estava respondendo a uma pesquisa na internet, nada educacional. Mas, como trabalho com educação a distância e design instrucional, na hora percebi o potencial para usar aquele tipo de tecnologia para educação. E o melhor de tudo é que não será necessário adaptar muita coisa, pois os novos dispositivos usam os mesmos padrões dos web sites “normais”.

Isso não é novo, mas até 3 anos atrás era assunto de ficção científica em termos de EAD no Brasil. Agora já podemos começar a pensar um pouco mais sério no assunto.