Educação a distância 2.0: Será que estamos lá?

Dentre os vários termos relacionados a educação a distância, um que ganha cada vez mais destaque em citações científicas e explicações sobre a dinâmica dos cursos que usam a internet, é a chamada educação a distância 2.0. Esse termo é muito usado para demonstrar a evolução dos sistemas usados para educação, ao mesmo tempo, mostra a clara adaptação das metodologias de ensino, aos mais recentes sistemas de comunicação e colaboração online na internet. Quais as diferenças do EAD 1.0 para o 2.0? Para quem não sabe, encontrei um artigo na web que faz uma comparação excelente do modelo novo e do antigo. Para ler o artigo original, visite esse endereço.

Giving my presentation "social web in support of informal learning"

Como o artigo está em inglês, resolvi fazer um breve resumo com os tópicos abordados pelo autor do artigo. No texto original ele faz uma descrição detalhada do conteúdo, que recomendo para todos que estão fazendo pesquisa nessa área, ou simplesmente querem aprender mais.

Essas são as características da educação a distância 1.0:

  • Estrutura formal dos conteúdos
  • Treinamento nas ferramentas usadas é necessário
  • Requer a instalação de softwares para a consulta do material educacional ou de comunicação
  • Complexo
  • Para fazer mudanças no curso, sempre é necessária a intervenção de um especialista
  • O material é usado apenas para fins específicos
  • Não usa iniciativas de redes sociais, as pessoas não se comunicam

Agora as características da educação a distância 2.0:

  • Estrutura dos cursos não-linear
  • Sem a necessidade de treinamentos para usar as ferramentas
  • Os softwares usados na experiência educacional são todos serviços, portanto não há necessidade de instalação
  • Os cursos podem ser atualizados de maneira fácil
  • Pessoas com menos experiência com EAD, podem ajudar na atualização dos materiais educacionais
  • O material do curso pode ser aproveitado para usos que não estavam previstos no projeto original
  • Os sistemas e cursos usam a nova natureza social da internet para potencializar o aprendizado

Bem, o texto não é de minha autoria. Com algumas coisas eu concordo, mas nem tudo nessa lista se aplica a nossa realidade. Acho que na nossa experiência de cursos e aprendizado pela internet ainda estamos em uma fase intermediária, principalmente na interação dos alunos com os sistemas educacionais, como o Moodle.

O foco do texto do autor é no EAD estruturado como serviço, sendo assim ele foca mais na parte operacional e não no aprendizado. Mas mesmo assim a leitura é válida para quem quer aprender.

Contextualização em ambientes de educação a distância

Enquanto estou digerindo as novidades do recém lançado Moodle 1.9, resolvi escrever um artigo sobre um tópico que ainda gera polêmica com professores envolvidos na educação a distância. Todos que já colocaram o pé em uma sala de aula, como professor ou aluno, devem saber que uma das melhores técnicas para se ensinar alguma coisa é a contextualização. Qualquer coisa fica mais clara, quando o professor tem aquela história com um caso real, com personagens e pontos de vista diferentes. O aluno consegue se imaginar no lugar das pessoas e analisar a situação, para depois tomar uma decisão.

Lupa

Bem, muito do impacto desse tipo de abordagem está relacionado com a maneira com que o professor narra. Então ai a técnica se mistura com arte, não é todo mundo que sabe contar histórias. Essa semana mesmo estava falando com um professor que é um excelente contador de histórias, mas que estava preocupado com as suas aulas a distância. A dúvida é a mesma que várias pessoas têm como passar essa experiência a distância?

Na verdade a solução é simples, mas esbarra na falta de cultura para internet. Quando ministramos aulas presencias, as histórias e contextualizações que temos não precisam estar escritas. Se conhecermos a história, podemos simplesmente narrar para os alunos.

Mas, quando estamos em ambientes de EAD essa facilidade desaparece. Então temos apenas duas opções:

  • Escrever a história por completo
  • Direcionar os alunos para algum lugar em que a história esteja completa

Todos concordam que a primeira opção é a mais trabalhosa e onerosa em termos financeiros. Mas a segunda opção é a mais fácil e indicada, o problema dela é que não é fácil encontrar textos específicos para os nossos problemas. Principalmente com professores que não tem a cultura de guardar links e endereços interessantes da internet.

O que sempre aconselho aos professores que estão começando a trabalhas com ambientes de EAD, mesmo que para o ensino semipresencial, procure e guarde links interessantes sobre o seu assunto. Se você ainda não tem, crie uma conta no del.icio.us imediatamente e comece a guardar links. Se o conteúdo ou história que pode enriquecer o seu assunto, está publicada em algum lugar na internet, não faz sentido produzir material para isso.

Com uma boa quantidade de links, um professor pode enriquecer qualquer conteúdo ministrado em meios eletrônicos. Intercalados com vídeos ou textos, as aulas podem ser complementadas com links externos para conteúdo produzido por terceiros.

Mas é fundamental que seja criada uma cultura de pesquisa e catalogação de conteúdos interessantes. O quando antes o professor começar a armazenar esses links, maior será a facilidade em produzir aulas a distância.