Modelos de remuneração para professores e tutores de cursos a distância

Como remunerar um professor ou tutor em cursos a distância? Essa é uma das principais dúvidas dos gestores de instituições de ensino, quando começam a trabalhar com iniciativas voltadas a educação pela internet. O assunto é recente e pelo que pude apurar com alguns colegas que ministram aulas como tutores, e por experiências próprias também, pude perceber que cada instituição adota um modelo diferente de remuneração. Qual o melhor? Qual o mais justo? O assunto é polêmico e deve no futuro trazer até mesmo complicações trabalhistas, com professores acionando instituições na justiça, por trabalhar a noite e em horários pouco convencionais.

Today Was a Tough Day . . .

Existem no total vários tipos de remuneração para professores/tutores:

  • Por aluno: Esse é o tipo de remuneração mais comum, em que o professor tutor recebe um percentual sobre cada um dos alunos participantes do seu curso. Quanto mais alunos um curso tem, maior será a remuneração do tutor. Segundo a maioria das instituições de ensino, o tipo de remuneração por aluno é uma forma de estimular o tutor a motivar os alunos a permanecer no curso.
  • Por horas trabalhadas: Os chamados tutores fixos recebem dessa maneira, funcionando de maneira semelhante a um professor com carga horária fixa. Nesse caso, os tutores são mais generalistas e podem atuar em várias disciplinas ou cursos. Quando um tutor com conhecimentos mais especializados é necessário, o mesmo é contratado pelo regime de alunos.
  • Por quantidade de material: Por último, o modelo para produção de material que leva em consideração a quantidade de tópicos ou texto, que o chamado tutor de conteúdo vai produzir. Dentre todos os modelos de remuneração, esse é o que apresenta maior número de variações, pode ser por páginas, horas de produção, direito de imagem em vídeo e muitos outros.

Em minha opinião, os modelos que ligam quantidade de alunos a remuneração do professor, pode ser perigosa para a instituição, pois no começo dos cursos pela internet, a quantidade de alunos sempre é alta. Mas, em pouco tempo a alta evasão desses cursos pode retirar recursos financeiros do curso, inviabilizando em pouco o curso.

E você? Como é o modelo de remuneração da sua instituição?

A melhor opção é escolher um LMS aberto ou pago para EAD?

Sempre que uma instituição de ensino pretende usar aulas semipresenciais em suas aulas, como as instituições de ensino superior que podem usar até 20% da sua carga-horária em aulas a distância, uma dúvida sempre surge; qual é o sistema LMS que deve ser escolhido? O nosso mercado de sistemas como esse não é muito diferente do americano ou europeu, existem várias opções na área de ferramentas fechadas como o famoso Blackboard ou abertos, como o igualmente famoso Moodle ou o pouco conhecido, mas excelente Sakai.

Qual a melhor opção?

A resposta para essa pergunta é difícil, geralmente quando alguém me pergunta isso, geralmente recebe outra pergunta como resposta; o que a instituição quer?

Lim public lecture 1

Se você for leitor aqui do Blog, deve saber que sou defensor do Moodle como plataforma LMS, pela sua natureza aberta e também devido a sua grande quantidade de recursos, mas não significa que ele seja a solução para todas as instituições de ensino.

O objetivo e planejamento da instituição de ensino são fundamentais para a escolha do sistema, por isso gosto de analisar dois cenários diferentes, envolvendo instituições com planejamento o objetivos distintos, para mostrar quando é interessante usar um LMS fechado e pago.

Vejamos a situação da instituição 1:

  • Metodologia EAD: Indefinida
  • Avaliação nas aulas: Os alunos são avaliados por amostragem
  • Critérios de avaliação: Indefinidos, a instituição pode se adaptar ao que o LMS oferece
  • Conteúdos EAD: Terceirizados
  • Equipe de TI: A infra de TI é totalmente terceirizada, sem nenhuma pessoa fixa na instituição

Agora a instituição 2:

  • Metodologia EAD: Bem definida, baseada em aprendizagem baseada na resolução de problemas
  • Avaliação nas aulas: Todos os alunos devem ser avaliados, mediante diferentes atividades
  • Critérios de avaliação: A instituição tem critérios próprios para aulas EAD, o LMS precisa se adaptar a instituição
  • Conteúdos EAD: A instituição determina os conteúdos próprios e personalizados para seus alunos
  • Equipe de TI: Equipe de TI própria, para dar suporte a TI na instituição

Na comparação entre as duas instituições, a primeira se enquadra melhor nas características de uma instituição de ensino que precisa de um LMS pago. Pois, esse tipo de sistema oferece hospedagem e suporte inclusos no contrato. Sem equipe de TI e critérios bem definidos, a experiência dos alunos e professores será mais genérica, se adaptando ao que o sistema oferece para suas aulas na internet.

Já a instituição 2, parece mais decidida a controlar em detalhes o processo completo de ensino pela internet, portanto um sistema LMS aberto se encaixa de maneira mais adequada aos objetivos da instituição. Se o sistema não oferecer o que for necessário, a instituição pode muito bem desenvolver as ferramentas necessárias para a aplicação dos seus critérios.

Qual instituição é melhor? Na verdade, não existe situação correta ou errada. Ambas as instituições estão se adaptando a situações corriqueiras as suas respectivas realidades.

E você, qual seria a melhor opção para cada uma das instituições?

Por que motivo as instituições de ensino preferem softwares abertos?

Hoje eu estava lendo um artigo sobre a forte demanda por soluções baseadas em software aberto, para instituições de ensino, e como essa demanda só tende a crescer nos próximos anos. Depois de ler o artigo, fiquei pensando se esse mesmo fenômeno pode acontecer nas instituições de ensino do Brasil, no caso o artigo não faz menção a um país específico, mas são claramente voltadas as instituições do hemisfério norte. O que falta para que esse tipo de software e serviços como esses ganhem mercado aqui?

Antes de chegar a uma conclusão sobre o assunto, vamos pensar um pouco mais sobre a dinâmica de uma instituição de ensino. Uma instituição de ensino é uma prestadora de serviços, uma empresa como outra qualquer, certo? Na verdade não, uma instituição de ensino é sim uma prestadora de serviços, mas dependendo da instituição e da maneira como ela funciona, as suas necessidades e processos internos podem apresentar características únicas.

Stephan, Box Salesman

Eles querem vender, mas será que queremos comprar?

Ai está o maior problema das soluções baseadas em software de código fechado. Por exemplo, quando uma empresa comercializa um sistema de gerenciamento de cursos a distância, ela leva em consideração que todas as empresas envolvidas devem usar os recursos e metodologias disponíveis apenas na sua solução. Mesmo um sistema de gestão acadêmica, considera que as demandas internas de uma instituição são as mesmas, em todas as regiões do país e nas mais diferentes realidades sócio-econômicas.

Agora, imagine a situação; você trabalha em uma instituição de ensino e vende cursos que usam ou são ministrados totalmente a distância. Essa empresa contrata os serviços da empresa X, que comercializa um sistema LMS para que você possa ministrar os cursos. Agora, se outra instituição de ensino concorrente, na sua mesma cidade contrata os mesmos serviços para ministrar cursos a distância, com a mesma metodologia e material. Qual a diferença entre os dois? Quem tem o curso de melhor qualidade? A metodologia é a mesma?

Veja como esse tipo de situação não se sustenta!

Esse mesmo tipo de problema, fez com que a Black Board perdesse uma enorme fatia do mercado nos EUA, para ferramentas livres como o Moodle. Assim que as instituições de ensino começaram a usar o seu sistema, os professores e alunos fizeram pedidos por mais ferramentas e funcionalidades pontuais. Isso aconteceu com mais de uma instituição, e o custo de desenvolver ferramentas educacionais para uma instituição apenas é muito alto, e eles acabaram deixando seus clientes esperando por muito tempo.

Claro que mais fatores influenciaram na derrocada da Black Board, mas esse foi um dos fatores determinantes.

Uma instituição que use o Moodle, por exemplo, pode personalizar a maneira com que suas aulas são ministradas e organizadas. Se existir um setor de tecnologia, a própria instituição pode desenvolver novos módulos ou funcionalidades.

Assim, é possível dizer que a metodologia usada no curso é sim da instituição, com as devidas adaptações realizadas no sistema de ensino.

Já disse isso aqui uma vez e repito novamente, quem trabalha com esse tipo de serviço, precisa repensar a sua maneira de fazer negócios. O exemplo do que está acontecendo com o Black Board é sério e deve ser levado em consideração.