Novos recursos e opções em desenvolvimento para o Moodle: acesso offline para alunos

O Moodle está para receber várias novidades muito interessantes oriundas do projeto Google Summer of Code, que devem ajudar ainda mais os gestores e alunos que usam o sistema para cursos a distância. Os projetos do Google Summer of Code devem ser encerrados agora em Agosto, o que projeta a disponibilidade desses recursos para lançamentos e atualizações do Moodle realizadas a partir de Setembro desse ano. Mas, que recursos são esses? Alguns desses projetos já haviam sido comentados aqui no Blog, mas de maneira superficial. Hoje vamos dedicar a discussão a um desses projetos em particular, que deve transformar a experiência dos alunos e minimizar uma das maiores dores de cabeça dos gestores de cursos EAD.

Quem já não teve um aluno que justificou a falta de alguma atividade no Moodle ou outros sistemas de ensino pela internet, com o fato da sua internet ter “caído” durante a realização do exercício? Bem, esse é um tipo de justificativa que só perde em termos de freqüência para o uso de um vírus que apagou o computador todo!

OMG the internet is crashing....

Um dos projetos que está sendo desenvolvido para o Moodle, pretende fazer a integração da ferramenta com o Google Gears. Esse é o software do Google que permite integrar aplicativos que funcionam com base em internet com opções para trabalhar offline, sem o uso da internet. Imagine a seguinte situação: o aluno pode fazer um questionário ou atividade no Moodle, e mesmo que a sua conexão com a internet seja interrompida, o aluno pode continuar fazendo o questionário sem maiores problemas. Depois de finalizar o exercício, o aluno pode tentar ficar online novamente e assim sincronizar o resultado do questionário com o servidor que hospeda o Moodle, tudo isso habilitado pelo Google Gears.

Esse será o fim das desculpas dos alunos que usam as dificuldades em usar a internet como justificativa para perder atividades no Moodle. O recurso é uma ajuda interessante, principalmente no contexto da realidade brasileira, em que a inclusão digital ainda é uma realidade distante para a maioria dos nossos alunos, que conseguem adquirir o primeiro computador mais ainda usam a internet discada para seus estudos. Isso acaba resultando em economia também, pois as atividades podem ser copiadas para o computador e com a internet desconectada, o estudante pode realizar as suas atividades sem se preocupar com a conta no final do mês.

Para saber mais sobre esses recursos em desenvolvimento para o Moodle, visite esse endereço. É possível inclusive visitar ambientes de teste para essas novas funcionalidades do Moodle.

Modelos de remuneração para professores e tutores de cursos a distância

Como remunerar um professor ou tutor em cursos a distância? Essa é uma das principais dúvidas dos gestores de instituições de ensino, quando começam a trabalhar com iniciativas voltadas a educação pela internet. O assunto é recente e pelo que pude apurar com alguns colegas que ministram aulas como tutores, e por experiências próprias também, pude perceber que cada instituição adota um modelo diferente de remuneração. Qual o melhor? Qual o mais justo? O assunto é polêmico e deve no futuro trazer até mesmo complicações trabalhistas, com professores acionando instituições na justiça, por trabalhar a noite e em horários pouco convencionais.

Today Was a Tough Day . . .

Existem no total vários tipos de remuneração para professores/tutores:

  • Por aluno: Esse é o tipo de remuneração mais comum, em que o professor tutor recebe um percentual sobre cada um dos alunos participantes do seu curso. Quanto mais alunos um curso tem, maior será a remuneração do tutor. Segundo a maioria das instituições de ensino, o tipo de remuneração por aluno é uma forma de estimular o tutor a motivar os alunos a permanecer no curso.
  • Por horas trabalhadas: Os chamados tutores fixos recebem dessa maneira, funcionando de maneira semelhante a um professor com carga horária fixa. Nesse caso, os tutores são mais generalistas e podem atuar em várias disciplinas ou cursos. Quando um tutor com conhecimentos mais especializados é necessário, o mesmo é contratado pelo regime de alunos.
  • Por quantidade de material: Por último, o modelo para produção de material que leva em consideração a quantidade de tópicos ou texto, que o chamado tutor de conteúdo vai produzir. Dentre todos os modelos de remuneração, esse é o que apresenta maior número de variações, pode ser por páginas, horas de produção, direito de imagem em vídeo e muitos outros.

Em minha opinião, os modelos que ligam quantidade de alunos a remuneração do professor, pode ser perigosa para a instituição, pois no começo dos cursos pela internet, a quantidade de alunos sempre é alta. Mas, em pouco tempo a alta evasão desses cursos pode retirar recursos financeiros do curso, inviabilizando em pouco o curso.

E você? Como é o modelo de remuneração da sua instituição?

O Moodle na opinião de alunos que usam internet para aprender!

Estou sempre comentando aqui o uso do Moodle, sob a ótica dos designers instrucionais e dos professores que usam a ferramenta para ensinar pela internet. Mas, fora a opinião dos professores é muito importante conhecer também a opinião dos alunos sobre a ferramenta, e principalmente a experiência e sugestões para melhorar o sistema. Na última Moodlemot na Austrália, encerrada há alguns dias atrás foi feita uma palestra exatamente com esse tema. A apresentação foi conduzida por dois alunos de 12 anos, que usam o Moodle como plataforma de apoio nas suas escolas.

Eu ainda não tenho condições de viajar para essas apresentações e trazer as informações para o blog, mas felizmente outros educadores como o blogueiro Alex Miller. Ele assistiu à palestra e fez uma lista no seu blog com as principais observações dos alunos, sobre as impressões e críticas ao Moodle.

My Classroom, II

Como o material está em inglês, resolvi fazer uma breve tradução dos principais pontos abordados pelos alunos, com sugestões, caso você queira mais detalhes sobre a palestra, recomendo uma visita ao blog do Alex Miller.

Essas foram as observações, separadas por assunto:

O que os alunos observaram em relação ao Moodle

  • Um dos aspectos que eles mais gostam é a possibilidade de personalizar os temas do Moodle, inclusive com a possibilidade dos alunos escolherem seus próprios temas.
  • As ferramentas de comunicação com os professores
  • Respostas rápidas sobre os questionários, com a informação imediata dos acertos e erros
  • Os professores ainda têm resistência em usar a ferramenta e alguns dos seus recursos
  • Eles gostariam de uma maneira para estender ou prolongar seus prazos nas tarefas
  • As avaliações online com o Moodle precisam sempre de um plano B, para que problemas com o servidor não atrapalhem a avaliação
  • Eles gostam quando as atividades extracurriculares ficam visíveis na página inicial do Moodle

Sobre o Moodle se comportar como uma rede social para educação

  • Os alunos preferem as ferramentas sociais de outras redes, e usam o Moodle apenas para fins acadêmicos mesmo
  • A comunicação com os professores deve ser restrita apenas aos assuntos das aulas, nesse ponto eles preferem que os professores não tenham tanto conhecimento sobre seus perfis

O que pode melhorar no Moodle?

  • Mais temas personalizados
  • Acesso aos arquivos das aulas remotamente
  • Melhor acesso a avisos a comunicados sobre manutenções no servidor
  • Melhorar o conhecimento dos professores em relação ao uso do Moodle e das suas ferramentas para ensino

Como você pode perceber, de maneira geral a impressão que os alunos têm do Moodle é muito boa!

Como compartilhas cursos e disciplinas no Moodle para acesso público?

Uma das características que mais gosto do Moodle é sua versatilidade em oferecer plugins e módulos extras, para prover ferramentas e opções que não acompanham o sistema na sua versão padrão. Dentre essas opções, uma das que conheci recentemente e recomendo a todos que trabalham comercialmente com o Moodle, é o OpenShare. A função desse plugin para o Moodle é simples, mas extremamente útil. Os gestores de cursos a distância ou gerentes de EAD das instituições que oferecem cursos assim, geralmente precisam publicar ou mostrar uma amostra desses cursos para o público.

Com o modo de trabalho padrão do Moodle é um pouco complicado fazer isso, a não ser que você crie um curso especial, com acesso público. Assim, pessoas interessadas em cursar uma disciplina ou curso de extensão podem conhecer o ambiente antes de efetuar a matrícula. O OpenShare tem como função auxiliar nessa tarefa, só que ele é bem mais versátil e evita a cópia de disciplinas no sistema.

Como ele funciona? Se você quiser conhecer mais sobre o OpenShare, recomendo assistir a essa pequena apresentação em vídeo que mostra a instalação e funcionamento da ferramenta no Moodle 1.9.

A qualidade do vídeo não está muito boa, mas é possível perceber bem o funcionamento da ferramenta, antes de precisar instalar o módulo no seu Moodle. Funciona assim; você adiciona o código do OpenShare na pasta de plugins do Moodle e ativa a ferramenta no painel de administração. Quando isso for terminado, um novo bloco estará disponível nas disciplinas.

Nesse bloco é possível determinar quais recursos ou atividades de um curso em especial estão abertos ou fechados para visitantes. Podemos até mesmo definir uma licença de conteúdo, seja copyright ou creative commons.

Mas, isso não seria a mesma coisa que abrir o curso para convidados? Não, o OpenShare consegue fazer um pouco mais que permitir acesso público. No próprio vídeo é mostrado um exemplo de um novo status de usuário chamado Open Learner, que pode acessar os cursos e visitar as atividades e recursos disponíveis para o público em geral. Um visitante no Moodle pode consultar textos e links, mas não participa de fóruns ou questionários. O OpenShare permite a participação desses usuários em atividades como essas.

Caso a sua instituição trabalhe com a comercialização de cursos a distância, usando o Moodle, recomendo muito o uso e avaliação do OpenShare para divulgar os conteúdos e metodologias de EAD da sua instituição.

Para saber mais sobre a ferramenta, recomendo uma visita a página oficial do OpenShare. Hoje a página parece estar fora do ar, mas deve ser apenas uma manutenção temporária.