Sistema de apoio ao aprendizado a distância brasileiro pode ganhar apoio da Dataprev

Aqui no blog estou sempre falando e mencionando o uso do Moodle como ferramenta de apoio e gerenciamento de cursos a distância, o motivo é simples, utilizo esse sistema já faz muito tempo em vários cursos que projetei e ajudei a implementar. Fora isso, o Moodle é um sistema LMS consagrado no mundo todo! Várias universidades e instituições de ensino, sem falar de empresas, usam o Moodle como seu sistema principal de ensino. Inclusive o Moodle é usado pelo governo federal em vários projetos envolvendo EAD.

Hoje o foco desse artigo é uma possível sinalização de mudança por parte do governo federal, em adotar um sistema LMS nacional chamado Amadeus. Esse sistema é desenvolvido pelo centro de informática da UFPE e chamou a atenção da Dataprev, que fez uma visita ao centro para conhecer a avaliar o sistema. Você pode conferir o texto da notícia aqui.

Mas e o Amadeus? Qual o motivo de tanta atenção? Depois de fazer uma visita ao web site oficial do sistema, fica claro o interesse da Dataprev no Amadeus. O conceito de blended learning que ele apresenta é muito interessante, e está totalmente dentro do contexto tecnológico atual. Posso dizer até mais, esse conceito está muito a frente do que podemos oferecer em termos de tecnologia educacional no Brasil.

Ele funciona assim, o Amadeus disponibiliza de maneira nativa, integrados ao seu sistema a possibilidade de oferecer conteúdo educacional para desktops, celulares, PDA`s e futuramente até TV interativa. Tudo isso sem a necessidade de usar módulos ou plugins extras, como acontece no Moodle.

Isso é muito legal do ponto de vista tecnológico. Mas e o aluno? Posso dizer que esse conceito de blended learning está à frente da nossa realidade, em que nem todos os usuários e estudantes têm acesso a internet ou smartphones.

Antes que você vá correndo fazer testes com o Amadeus, ele ainda está em desenvolvimento e não deve ser usado em ambientes de produção. O sistema ainda está em Alpha, mas mostra muito potencial! Sendo software livre, pode trazer opções interessantes para concorrer com o Moodle.

Vou ficar de olho no Amadeus e acompanhar de perto o seu desenvolvimento, pois o sistema é muito promissor. Para saber mais sobre a técnica do Blended Learning e do projeto Amadeus, recomendo a leitura desse artigo científico que foi escrito por pessoal da própria UFPE, envolvidas no projeto.

E para saber ainda mais, como telas do sistema e exemplos do seu uso, faça o download desta apresentação em PowerPoint do projeto, disponível no web site da ABED.

Avaliações: Se o aluno não precisa saber, não pergunte!

Como avaliar um aluno? O processo pode até parecer simples, mas é complexo para quem nunca teve experiências na área de educação, ou não nunca colocou o pé em sala de aula. Quem mais sofre com isso, são as pessoas que acabam ficando encarregadas pelos famosos treinamentos corporativos. Quando estamos em uma sala de aula, de cursos de graduação ou do ensino regular, os professores geralmente conseguem elaborar as avaliações com base nas suas próprias experiências.

Em algumas empresas, por questões relacionadas à economia acabam escolhendo um funcionário experiente, para ministrar treinamentos. Até ai não há problema algum, mas a avaliação da eficiência desse treinamento pode ficar comprometida, se o funcionário não souber como elaborar as avaliações.

Avaliação

Essa semana um colega que está nessa situação me enviou um e-mail pedindo ajuda, ele ministrou um treinamento para uma empresa, mas acabou sendo criticado na hora de fazer a avaliação.

Depois que ele terminou de fazer a avaliação, os seus alunos participaram de uma avaliação. Para sua felicidade, todos foram muito bem na avaliação. Mas, depois de alguns dias, ele recebeu um telefonema de um gerente da empresa, fazendo algumas criticas a sua aula. As pessoas que participaram do curso estavam com dificuldades em aplicar os conhecimentos nas suas tarefas diárias. A culpa recaiu sobre ele.

Esse é um exemplo clássico de contextualização, em que uma pessoa pega um curso pronto, como ele pegou, inclusive com a avaliação pronta, aplica e acha que tudo está bem. Na verdade ele pecou por não analisar o conteúdo do material, assim como perguntar para alguém da empresa, qual seria o foco ou objetivo do treinamento. Qual o benefício para os funcionários? Em que tarefa eles devem apresentar uma melhoria no desempenho?

Com o problema já em andamento, ele acabou por fazer uma revisão na avaliação. Para a sua surpresa, as perguntas estavam todas direcionadas para partes do conteúdo que não são de interesse para a empresa. O resultado? Todos tiraram notas altas, passando a falsa impressão de sucesso do curso. Na hora de aplicar, todos perceberam que não foi bem assim.

É possível tirar alguma lição disso? Claro que sim! Sempre formule as atividades e avaliações de um curso ou disciplina, de maneira que elas contemplem os objetivos do mesmo. Só assim as avaliações e tarefas podem servir para validar os conhecimentos adquiridos com o curso.

Como criar conteúdos para cursos de Direito?

Um grande desafio para qualquer designer instrucional é adequar conteúdos a determinados nichos e públicos, com necessidades e comportamentos completamente diferentes. É muito parecido com o processo de criação de material, para diferentes culturas. Um texto pode ser muito bem compreendido e até ficar engraçado para uma cultura, mas pode se transformar em monótono ou até mesmo ofensivo para algumas pessoas. Quem trabalha com a construção de material educacional, para cursos de graduação passa por esse tipo de problema. Por exemplo, cursos diferentes exigem abordagens e linguagens diferentes para que não aconteça esse tipo de problema.

Imagine os públicos dos cursos de Direito e Publicidade? Mesmo que o nome de uma disciplina ofertada em comum para ambos os cursos seja o mesmo, como acontece em várias faculdade/universidades, a abordagem precisa ser diferente. Para o pessoal de Direito o texto deve ser sério, com um português mais elaborado e que possa usar aqueles termos que os advogados gostam tanto de usar.

Já para o pessoal de Publicidade, o texto pode ser mais despojado, com um português correto ainda mais a linguagem seria diferente.

Esse é um desafio dificílimo, que alguns profissionais às vezes acabam ignorando por ser muito complexo. Bem, hoje não vou passar nenhuma receita mágica com a solução do problema, que não seja elaborar múltiplos materiais, mas encontrei um ótimo texto que ajuda a preparar material para cursos de Direito.

Infográficos para advogados

O texto é um pequeno manual, de autoria de um designer chamado John Emerson, que teve como objetivo explicar o processo de criação de material instrucional, mais especificamente infográficos para advogados.

Será que eles pensam de maneira diferente? Leia o texto para descobrir, eu li o documento por completo e achei interessante. Até porque ele mostra vários aspectos relacionados à criação de infográficos, antes de abordar especificamente o assunto. A introdução é generalista, deixando o texto ainda mais interessante.

Se você quiser conferir o texto, que é distribuído de maneira gratuita no formato PDF, clique nesse link para fazer o download. Texto obrigatório para qualquer pessoa interessada em design instrucional!

Análise da usabilidade do Moodle

Quem me conhece sabe que sou defensor e usuário do Moodle, como ferramenta para elaborar e organizar cursos a distância. O que o Moodle tem que o faz ser adotado por tantas pessoas? Bem, na verdade é um conjunto de características e vantagens que ele apresenta em relação a outras ferramentas, que o fazem ser tão atraente. Algumas pessoas dizem que a maioria das universidades federais adota o Moodle por ser Open Source, mas isso não é verdade.

Se esse fosse o único motivo, existem opções nacionais como o TeleDuc da Unicamp que é Open Source, mas mesmo assim não é uma unanimidade.

Interface do Moodle

Em minha opinião o principal diferencial do Moodle é o construtivismo social. Por um lado é uma vantagem competitiva fantástica, mas pode deixar algumas pessoas e instituições com medo ou receio de usar a ferramenta. Afinal, o assunto Redes Sociais ainda é pouco difundido nos meios educacionais, ainda mais quando o assunto está relacionado à tecnologia.

Outro aspecto criticado no Moodle é a sua interface, que para muitas pessoas é muito poluída visualmente e confusa. Na verdade é apenas uma questão de costume. Algumas instituições evitam o Moodle, para fugir da interface e usar ferramentas que supostamente são mais fáceis de usar.

Acho que todos têm o direto de escolher o LMS que melhor se adapta as suas necessidades, mas até que ponto vale à pena abrir mão de opções avançadas em busca de facilidade?

Quem sai prejudicado nessa história é a metodologia de ensino.

Se você tem essa impressão sobre o Moodle, que tal ler um artigo científico que discute e analisa a interface do sistema, do ponto de vista da usabilidade? O artigo foi escrito por Jey Melton, nele a interface é avaliada sob vários aspectos relacionados à usabilidade.

Para fazer o download do artigo, visite esse endereço.

Qual a conclusão do artigo? Bem, o autor conclui que a interface pode ser melhorada, como em qualquer ferramenta. Mas por outro lado, ele faz um checklist com as diretrizes de usabilidade do Steve Krug, autor do livro “Não me faça pensar” e por incrível que pareça o Moodle está de acordo com todas as diretrizes! Interessante não é?

Como planejar jogos educacionais?

Como consolidar o conhecimento apresentado aos alunos em sala de aula? Existem várias maneiras de fazer isso, sendo que no design instrucional temos sempre a opção de usar jogos educacionais. O uso de jogos educacionais já foi mais restrito e tido como recurso de alta tecnologia, principalmente até o início da época, quando a multimídia e o vídeo era mais restritos apenas as pessoas com alto conhecimento tecnológico. Sem falar da necessidade de um computador potente, para trabalhar com imagem e vídeo. Hoje isso é diferente, os computadores estão mais potentes e praticamente qualquer pessoa pode criar aplicações multimídia interativas, até mesmo sem conhecimentos de programação.

Claro que usar o computador como ferramenta, para a elaboração de jogos educacionais é mais apropriado em ambientes ligados a tecnologia, como nos cursos à distância. Mas o computador é apenas mais uma ferramenta, quando o assunto é o uso de jogos na educação. A variedade de ambientes e opções que temos para usar esse tipo de recurso é enorme! O que gera na maioria dos professores uma dúvida freqüente; quando usar jogos educacionais?

Jogos Educacionais

A resposta está diretamente relacionada aos objetivos da sua disciplina/curso. Para decidir se um jogo pode ou não, ajudar na sua aula, será necessário analisar os objetivos da sua disciplina. Com os objetivos bem definidos é mais fácil identificar quando um jogo pode ajudar.

Podemos dividir os jogos educacionais em duas categorias:

  • Jogos que ensinam
  • Jogos que consolidam o conhecimento

Os jogos que ensinam não são muito utilizados, na maioria das vezes os jogos são usados para consolidar os conhecimentos já adquiridos. Em treinamentos empresariais, esse tipo de recurso é muito utilizado. Logo após uma palestra, a organização divide a audiência em equipes e faz um jogo de perguntas e respostas. Claro que tudo regado a pequenos prêmios, como brindes e bombons. Esse é um dos segredos de qualquer jogo bem elaborado, os alunos devem perceber que há uma recompensa envolvida. Mesmo que seja aquela dica extra ou mesmo um prêmio material.

Com jogos que estimulam a competição entre os alunos, o professor pode atingir os resultados de maneira mais fácil. Isso é saudável em ambientes que pretendem estimular o trabalho em equipe, mas deve ser usado com cautela. Lembre que o objetivo é fazer as pessoas aprenderem! Ambientes muito competitivos podem desviar a atenção dos alunos para a competição e fazer com que eles deixem de lado o aprendizado.

Se você quiser começar a usar esse tipo de recurso em suas aulas, recomendo esse ótimo sistema para criar jogos educacionais. Mas para que ele seja efetivo, os seus alunos precisam ter acesso a computadores com internet. Para ambientes de EAD, esse recurso é fantástico!

Para os casos em que você não tem esse recurso disponível, existe sempre a possibilidade de organizar pequenas gincanas em sala de aula. Crie um jogo de perguntas e respostas, em que os alunos precisam se organizar em equipes para responder. Assim você evita o uso de computadores, mas ainda assim aplica jogos em suas aulas.

Não tenha medo de aplicar esse recurso. O único cuidado necessário, antes de aplicar um desses jogos é fazer uma análise criteriosa, sobre como esse jogo irá ajudar os alunos a atingir os objetivos da sua disciplina.