Moodle se inspirando no Twitter para novo formato de cursos EAD

No último artigo aqui no colaborativo, falei sobre o valor educacional do Twitter que nada mais é que uma ferramenta de comunicação entre os professores e alunos. Mas, o formado com que os conteúdos são apresentados no Twitter inspirou um usuário do Moodle a desenvolver um novo formato de cursos chamado Timeline. O projeto ainda está em desenvolvimento e deve ser finalizado nos próximos meses, como parte do Google Summer of Code 2009. Para quem não conhece o Moodle, essa é uma das ferramentas LMS mais usadas no mundo, pela sua natureza aberta e também pelas vantagens pedagógicas no uso do construtivismo social. A parte acadêmica e de gerenciamento dos alunos, pois os relatórios podem ser personalizados da maneira como a instituição de ensino achar melhor.

Como funciona esse curso no formato de timeline? Caso você já tenha um Twitter, deve saber como funciona a timeline. Vamos fazer uma analogia com o sistema de microblogs para que possamos entender melhor esse formado de curso. No Twitter podemos adicionar mensagens em um perfil, que são adicionados no topo da página, empurrando as mensagens mais antigas para baixo. Isso forma uma linha do tempo com numeração e datas para cada mensagem.

O curso no formato timeline do Moodle funciona de maneira parecida, em que o tutor deve adicionar novos tópicos para cada aula, editando e formatando os conteúdos de maneira mais informal. Já existe uma versão de testes do novo formato timeline, que pode ser conferida nesse link. Para ter acesso, basta fazer login com o usuário test e senha test. Ao fazer login entrar no curso, acione a edição do material e a seguinte tela vai aparecer:

moodle-twitter-curso-timeline-ead.png

Depois de acionar a edição, você vai visualizar na parte superior da tela um botão chamado New Section. Com esse botão é possível adicionar um novo tópico a aula, para conseguir trabalhar novos conteúdos e empurrar os tópicos mais antigos para baixo. Assim que vários tópicos estiverem disponíveis no curso, podemos navegar no conteúdo usando a paginação na parte inferior da interface.

Qual o impacto desse tipo de curso no planejamento de cursos EAD?

Os cursos que usam a timeline como formato, devem ser preparados com a premissa de ter material já pronto como é de costume, mas também a flexibilidade de criar tópicos intermediários com base em novos materiais descobertos na internet. Por exemplo, ao trabalhar com alunos em aulas sobre economia, um tutor pode adicionar um tópico específico sobre as últimas decisões do banco central, reunindo links de jornais e vídeos com reportagens. E com isso montar um fórum ou questionário para trabalhar com os alunos.

De certa forma, isso vai de encontro com a rigidez e planejamento necessários para planejar cursos EAD, mas é uma mudança necessária para se adaptar a dinâmica e velocidade com que as coisas acontecem na era da informação.

Os alunos ganham mais agilidade e os tutores precisam ficar atentos ao material disponível na web para montar seus cursos.

Sistema de texto para voz podem ajudar no aprendizado?

O uso de softwares educacionais permite que muitos alunos e pessoas com necessidades especiais tenham acesso a uma educação de qualidade, podemos dizer até mesmo que em pé de igualdade com alunos ditos normais. Entre esses softwares que permitem uma melhor integração na sala de aula, estão os sistemas que transformam palavras em áudio, permitindo que alunos com deficiência visual possam escutar o material que é lido pelos outros alunos. Existem várias opções e tipos de softwares para essa tarefa específica, mas dentre as opções para quem fala português temos apenas o Letras e o DosVox.

Essa última opção é a que mais conheço e já presenciei muitos alunos fazendo testes com o software para verificar a sua precisão, e posso dizer que o resultado da sua aplicação é fantástica. Mas, esse tipo de ferramenta pode representar um novo avanço para o aprendizado de todos os alunos com sérias deficiência em termos de leitura. Se você é professor ou já ministrou alguma aula, deve saber que a maioria dos alunos detesta a leitura e não faz a menor questão cultivar esse hábito.

Gathered for the IHR Headphone Roundup

Os softwares como o DosVox podem ajudar na conversão de material em texto digital para áudio. A vantagem em fazer isso é que os alunos podem ter acesso fácil e barato a dispositivos que reproduzam esse tipo de material, como os telefones celulares que podem reproduzir arquivos em MP3. Isso resolve o problema da leitura? Claro que não, mas ajudaria em muito no processo de aprendizagem e seria uma conveniência para as pessoas que tem pouco tempo ou gostariam de otimizar o período de estudos.

Entre os alunos que mais poderiam se beneficiar do uso de sistemas como esse estão os que participam de cursos a distância, pois a maioria do material já é distribuído em formato digital, o que facilita muito o uso do DosVox. Para começar a usar o DosVox, basta fazer uma visita ao web site do projeto para fazer o download do software que é totalmente gratuito. Quem sabe assim você consegue fazer com que seus alunos se interessem ainda mais pelos textos e material didáticos da sua disciplina.

O ideal mesmo é incentivar a leitura, e o uso dessa incrível ferramenta para fomentar alunos perfeitamente normais a estudar é muito triste. Mas, é a nossa realidade.

Empreendedorismo: Como organizar uma disciplina?

O processo de organização de uma disciplina é um grande desafio de design instrucional, principalmente se o assunto abordado não é a especialidade do designer em questão. Mesmo para especializadas, existem disciplinas e assuntos que são extremamente complicadas de transpor para conteúdos escritos. Um desses exemplos é a disciplina de empreendedorismo, que aborda vários aspectos do desenvolvimento pessoal de uma pessoa, seja para o lado da criação mesmo de um empreendimento ou para a organização de um plano de negócios. Caso você seja designer instrucional ou gostaria de trabalhar nessa área, recomendo pesquisar sobre o assunto para conhecer um pouco mais sobre a organização dessas disciplinas.

O problema com o Empreendedorismo, quando abordamos assuntos que não estão diretamente relacionados com a criação do plano de negócios, mas o chamado empreendedorismo comportamental, é que não existe certo ou errado. Mas, alguns pontos de vista e opiniões que podem ou não ser analisados em algumas situações chave.

business team work - girl leading

Por exemplo, a identificação de oportunidades é ponto fundamental para qualquer empreendedor. Como é possível ensinar alguém a identificar essas oportunidades e se tornar um empreendedor? Depois de muita leitura e consulta a livros e alguns professores de empreendedorismo, percebi que a fórmula para mostrar esse tipo de conteúdo é semelhante em todos os casos.

A fórmula se baseia no estudo de caso de algum empreendedor de sucesso, em que o professor explica o processo que resultou no sucesso dessa pessoa como empreendedor. Isso passa pela identificação da oportunidade que fez o empreendedor se lançar no projeto. Toda a história é comentada pelo professor, para que os alunos possam em algum momento fazer analogias com a sua realidade e quem sabe vislumbrar alguma oportunidade.

Mesmo não sendo comprovado que todos os alunos desse curso em particular, devam aproveitar a história para identificar possíveis oportunidades, o método tem se mostrado eficaz na descoberta de alguns poucos empreendedores. O tema é ao mesmo tempo interessante e pode despertar algumas idéias sobre a identificação de oportunidades, que nem sempre resultam no lançamento de algum negócio próprio. Mas, na realização de um curso em uma área que você identifica ser valorizada no futuro. Isso é estudado pelo empreendedorismo também.

O ensino do empreendedorismo a distância é um ótimo tema de estudo para qualquer designer instrucional. Nessa área, uma boa margem de comparação pode ser feita com o SEBRAE, que disponibiliza muitos cursos pela internet. Ainda não tive oportunidade de participar de nenhum deles, mas os colega professores que já participaram ficaram muito satisfeitos.

Pré-requisitos para atividades e recursos no Moodle 2.0

Os cursos ministrados pela internet oferecem uma liberdade para os alunos que dificilmente, poderia ser igualada por cursos presenciais. Essa é uma vantagem indiscutível dos chamados cursos EAD. Mas, apesar do avanço em termos de controle sobre o aprendizado, é necessária disciplina para aproveitar essa liberdade. Se você ministra, ou já ministrou aulas, sabe que para a maioria dos alunos esse tipo de contole não funciona. Muito pelo contrário, os alunos precisam da orientação de um professor ou tutor. Para comprovar isso, basta averiguar a quantidade de alunos que consegue aprender sozinho, apenas mediante leitura. O resultado será um número extremamente pequeno de pessoas que efetivamente consegue aprender sozinha.

Com o tempo isso tende a mudar.

Mesmo com esse cenário de dependência dos professores, as iniciativas de cursos pela internet ainda são válidas e funcionam como exercício para mudar esse quadro. Para ajudar no processo de aprendizagem inicial, um sistema que direcione os alunos pelas atividades de um curso é fundamental! A próxima versão do Moodle está para adicionar um fantástico sistema de pré-requisitos. Esse recurso já foi comentado aqui no blog, mas se você ainda não conhece o recurso, o vídeo abaixo mostra muito bem o seu funcionamento.

O Vídeo foi produzido por Julian Ridden, que mantém um sistema chamado Playpen em que é possível fazer testes com recursos ainda em desenvolvimento para o Moodle. No vídeo ele mostra o Activity Lock, que permite trabalhar com pré-requisitos nos cursos.

O funcionamento do chamado activity lock é simples, para cada recurso ou atividade adicionado ao curso, é possível determinar outros recursos ou atividades que tenham sido previamente consultados. Com isso, os alunos precisam obrigatoriamente seguir a ordem determinada pelo autor do curso.

Apesar de ajudar muito o trabalho de design instrucional, ainda não é a solução definitiva para a dependência dos alunos. O ideal mesmo é incentivar a leitura como forma de auto-aprendizagem.

Caso a sua instituição de ensino tenha um ambiente de testes para sistemas LMS, uma versão preliminae do Moodle 2.0 pode ser copiada aqui. Lembre que essa versão deve ser usada apenas para fins de avaliação e não deve ser usada como seu ambiente principal.

Modelos de remuneração para professores e tutores de cursos a distância

Como remunerar um professor ou tutor em cursos a distância? Essa é uma das principais dúvidas dos gestores de instituições de ensino, quando começam a trabalhar com iniciativas voltadas a educação pela internet. O assunto é recente e pelo que pude apurar com alguns colegas que ministram aulas como tutores, e por experiências próprias também, pude perceber que cada instituição adota um modelo diferente de remuneração. Qual o melhor? Qual o mais justo? O assunto é polêmico e deve no futuro trazer até mesmo complicações trabalhistas, com professores acionando instituições na justiça, por trabalhar a noite e em horários pouco convencionais.

Today Was a Tough Day . . .

Existem no total vários tipos de remuneração para professores/tutores:

  • Por aluno: Esse é o tipo de remuneração mais comum, em que o professor tutor recebe um percentual sobre cada um dos alunos participantes do seu curso. Quanto mais alunos um curso tem, maior será a remuneração do tutor. Segundo a maioria das instituições de ensino, o tipo de remuneração por aluno é uma forma de estimular o tutor a motivar os alunos a permanecer no curso.
  • Por horas trabalhadas: Os chamados tutores fixos recebem dessa maneira, funcionando de maneira semelhante a um professor com carga horária fixa. Nesse caso, os tutores são mais generalistas e podem atuar em várias disciplinas ou cursos. Quando um tutor com conhecimentos mais especializados é necessário, o mesmo é contratado pelo regime de alunos.
  • Por quantidade de material: Por último, o modelo para produção de material que leva em consideração a quantidade de tópicos ou texto, que o chamado tutor de conteúdo vai produzir. Dentre todos os modelos de remuneração, esse é o que apresenta maior número de variações, pode ser por páginas, horas de produção, direito de imagem em vídeo e muitos outros.

Em minha opinião, os modelos que ligam quantidade de alunos a remuneração do professor, pode ser perigosa para a instituição, pois no começo dos cursos pela internet, a quantidade de alunos sempre é alta. Mas, em pouco tempo a alta evasão desses cursos pode retirar recursos financeiros do curso, inviabilizando em pouco o curso.

E você? Como é o modelo de remuneração da sua instituição?