O novo acordo ortográfico para professores?

O ano já começou e com ele os professores ganharam mais um item na sua já vasta lista de problemas, para lidar com seus alunos; o novo acordo ortográfica. O problema não é a natureza em si do acordo, mas os problemas que os docentes precisam enfrentar, pois agora temos duas regras ortográficas válidas para algumas palavras pelos próximos 3 anos. Para as pessoas envolvidas com o ensino ou correção do português, o problema será ainda maior, pois em alguns casos os alunos podem misturar ambas as regras em um texto, mesmo sem que isso seja um ato intencional o docente terá que separar, os erros corriqueiros de ortografia com a falta de conhecimento mesmo.

Peace and quiet

Mas, afinal qual o problema com isso? O problema mesmo é que os alunos antes erravam por desconhecimento das normas, mas agora alguns deles que antes escreviam errado, automaticamente passam a escrever na grafia correta. Os professores podem esperar uma enxurrada da reclamações e desculpas como “essa palavra está na grafia correta”. Como evitar esse tipo de confronto?

Para o pessoal do ensino superior que geralmente não trabalha mais com o ensino da língua portuguesa, não há muito o que fazer. Mas, os colegas do ensino médio podem conversar com seus alunos e tentar fechar um acordo sobre o acordo ortográfico. A melhor maneira mesmo é migrar de uma vez só para a nova ortografia, que modifica menos de 0,5% das palavras.

E os casos extras? Quando um aluno ficar prejudicado por 0,5 ponto e for para recuperação ou pior ainda, reprovar uma disciplina? Nesse ponto o contrato pedagógico se torna ainda mais importante, em que o professor deve expor as regras para a sua avaliação e como esses casos são abordados. O diálogo com os seus alunos no início do semestre podem e devem servir para preparar a todos para esses problemas, que certamente devem aparecer no final do semestre.

Aproveite o mês de Janeiro para revisar o seu contrato pedagógico e adicionar esses e outros pontos ao texto, que possam ajudar na resolução de problemas como esse. A maioria das instituições de ensino começa as suas atividades apenas em Fevereiro, portanto ainda temos mais de 3 semanas para refletir sobre o assunto.

Modelo de contrato pedagógico

Trabalhar como professor não é fácil, além de ter que estar sempre pesquisando constantemente para levar os assuntos com a abordagem mais moderna, contextualizada e clara para os alunos, ainda precisamos cuidar da comunicação e dos bons costumes no nosso ambiente de trabalho. Claro que existem várias técnicas para combinar as regras do jogo, com uma sala de aula lotada. A maioria dos professores combina esses termos com os alunos no primeiro dia de aula, mas em pouco tempo os próprios alunos esquecem essas regras e tudo volta à estaca zero.

Um artifício muito utilizado pelos professores, para deixar registrado por escrito o conjunto de regras e conteúdos que devem ser apresentados aos alunos é resumido em um contrato pedagógico.

Contrato pedagógico

Esse contrato nada mais é que um documento, listando os deveres e obrigações dos alunos e do professor também. Junto com essa lista, deve ser apresentado nesse mesmo contrato, um resumo dos assuntos abordados, apenas os principais tópicos são suficientes para elucidar qualquer dúvida em relação ao conteúdo.

Como preparar esse documento?

O processo de preparação desse documento é simples, veja um modelo com os tópicos principais que devem estar presentes no contrato:

  • Direitos e deveres do discente
  • Direitos e deveres do docente
  • Resumo dos assuntos abordados
  • Objetivo da disciplina
  • Penalidades para a quebra de alguma das regras

Não existe regra definida para o que deve ser colocado nos direitos e deveres dos docentes e discentes. Isos varia de acordo com o ponto de vista de cada professor.

Como apresentar aos alunos?

Assim que o documento estiver pronto, você deve citar a existência do mesmo no primeiro dia de aula. Explique que ele fala sobre os deveres e direitos de cada parte. Depois que tudo estiver explicado e esclarecido, passe para os alunos e solicite que cada um deles rubrique o contrato. Isso mesmo! Essa rubrica pode não ter valor jurídico, mas vai passar aos alunos a sensação de compromisso com aquele documento.

Separe uma cópia desse contrato e entregue para o representante de turma, assim todos podem consultar os termos para tirar dúvidas.

Essa é uma solução para evitar problemas com falta de informação, além de proporcionar aos professores uma segurança que ao menos uma boa parte dos alunos, está ciente sobre as regras.

Isso se aplica em EAD?

Ainda estou tentando encontrar uma boa maneira de implementar esse tipo de contrato em cursos a distância, mas não é fácil. Ainda mais se você quiser que os alunos deixem uma rubrica no documento. Para quem tem o modelo de aula inaugural, pode até funcionar, mas cursos totalmente assíncronos, acabam inviabilizando esse modelo.