Até que ponto o aluno deve ter controle sobre o aprendizado?

Hoje pela manhã estava lendo mais um artigo sobre educação a distância quando me deparei com um assunto que é ao mesmo tempo, vital de ser compreendido por todos que trabalham nessa área, como é um dos diversos desafios para os alunos que não têm experiência com esse tipo de ensino. O artigo fala sobre o nível de independência que um aluno deve ter em cursos a distância, seja pela internet ou mediante outras mídias assíncronas. O estudo por ambientes assíncronos, em que não há interação com professores ou tutores é o tipo mais utilizado de ambiente nas instituições de ensino que usam EAD no Brasil.

A maioria das atividades são realizadas na internet, sem a presença de um tutor ou professor para auxiliar o aluno. Por um lado, as pessoas que conseguem se adaptar a esse tipo de ambiente, conseguem atingir um incrível nível de independência, que é o grande diferencial dos alunos participantes de cursos EAD. Já o outro lado dessa moeda, abrange os alunos que fazem cursos EAD pelo baixo valor das mensalidades, mas não estão muito interessados nesse tipo de vantagem, apenas na economia da mensalidade.

5th floor study area and computers

O resultado? Muitos alunos insatisfeitos e contribuindo para disseminar a “baixa qualidade” dos cursos.

Claro que existem cursos bons e ruins, até no ensino presencial é assim.

Mas, o aluno deve ou não ter autonomia total? O artigo, que pode ser consultado nesse link, aborda muitos pontos de vista e indica vários autores que comentam o assunto. A conclusão do mesmo é positiva, o aluno deve ter autonomia sobre seus estudos e aprendizagem.

Esse é um conceito moderno e até mesmo liberal de aprendizagem, mas deve ser adaptado às realidades de cada instituição. No nosso país, as instituições de ensino superior formam o local em que as deficiências dos alunos, ao longo do ensino fundamental e médio “explodem”. Nos casos das instituições que ministram cursos EAD, essa explosão é potencializada e muito maior.

Quando o aluno descobre que precisa ler os conteúdos e que nenhum professor vai explicar para ele os assuntos, as dificuldades começam a aparecer. As competências fundamentais como interpretação de texto, organização e raciocínio lógico acabam fazendo falta nesses momentos.

Qual a solução? O aluno deve sim ter autonomia, mas com um pouco de direcionamento, seja por um plano de estudos ou outro documento, que explique e oriente os alunos no aprendizado. Além do conteúdo da disciplina, ainda precisamos ensinar a aprender.

Como integrar conteúdos gerados no eXe com o Moodle para aulas online

Ontem comentei sobre uma lista com as ferramentas que devem ganhar destaque no meio educacional em 2009, sendo que o Moodle e outras ferramentas bem interessantes fizeram parte dessa lista. Uma dessas ferramentas se chama eXe e depois de consultar um pouco mais sobre seu funcionamento, encontrei um tutorial muito bom, mostrando a integração do conteúdo produzido com o eXe no Moodle, no formato IMS e SCORM. O vídeo está com narração em inglês, mas o autor tomou o cuidado de gravar as ações em velocidade baixa, para facilitar o entendimento.

Só tem um pequeno problema com o vídeo! Em momento algum o autor do tutorial abre o enquadramento da imagem, para mostrar a interface completa do Moodle, o que pode gerar um pouco de desconforto no início, mas os problemas ficam de lado, quando conseguimos visualizar o conteúdo sendo exibido de maneira rápida no Moodle.

O procedimento é bem simples, o designer instrucional ou tutor, prepara o conteúdo com imagens e textos no eXe para depois gerar um arquivo no formato ZIP. Esse mesmo arquivo é importando para o Moodle, que extrai o material e gera uma página com uma barra lateral de navegação.

Esse processe é muito mais rápido e ágil que a criação das páginas Web do Moodle, em que os tutores precisam editar quase que manualmente os conteúdos, como se estivessem construindo o texto em ferramentas como o Word. O problema todo é a construção de conteúdos usando imagens, que precisam ser inserida manualmente no editor de textos do Moodle.

No final do tutorial, o autor ainda mostra o mesmo processo para a criação de conteúdo do tipo SCORM no Moodle, que é muito simples também. Basta importar o arquivo e configurar o Moodle para extrair o conteúdo para o local que ele deve ser consultado.

Se você trabalha com design instrucional e pretende usar textos longos nos seus cursos, ou disciplinas ministradas pela internet, o eXe pode acelerar em muito o processo de criação de material educacional, principalmente se você usar o Moodle.

Download gratuito de livro sobre teoria e prática do EAD

O que você acharia de fazer o download de um livro gratuito sobre e-learning? Um autor chamado Terry Anderson, que escreveu um livro sobre o assunto em 2004, acabou de lançar a segunda edição atualizada do seu livro intitulado “The Theory and Practice of Online Learning”, e para contribuir com a divulgação do seu livro, ele disponibilizou a primeira edição do livro de maneira gratuita para download, no formato PDF. Acredite em mim, o material é muito bom! São quase 500 páginas de texto explicando os conceitos e teorias do aprendizado online.

O material está em inglês, mas para quem não domina o idioma, vale o esforço para incorporar mais esses conhecimentos sobre EAD. Você pode fazer o download nesse endereço, assim como encontrar o link para a segunda edição do livro.

New Books Display, 03 August

O livro como um todo é dividido em quatro partes:

  • Parte 1 – Como funciona o aprendizado online?: Na primeira parte do livro o autor explica como funciona o aprendizado online, e os sistemas de avaliação a distância.
  • Parte 2 – Estrutura e suporte para desenvolvimento de conteúdos para cursos a distância: Depois de explicar o funcionamento do e-learning, o autor passa para a parte da tecnologia. Na segunda parte o texto é direcionado para os aspectos tecnológicos e ao suporte de cursos a distância. Por exemplo, ele explica como usar redes sociais para educação.
  • Parte 3 – Design e desenvolvimento de cursos a distância: O que é necessário para criar um curso a distância? Esse é o questionamento que o autor tenta responder na terceira parte. Por exemplo, ele fala sobre os custos financeiros e o planejamento de disciplinas a distância.
  • Parte 4 – Ambientes, Controle de qualidade e assistência aos estudantes: Na última parte ele comenta sobre o controle de qualidade e as técnicas para manter o aluno satisfeito. Qual a função de um call center nos cursos a distância? Como Ensinar melhor a distância?

Bem, como você pode perceber o material é bem completo, tanto na parte teórica como nas referências. Cada capítulo é finalizado com várias referências para outros artigos científicos e capítulos de livros.

Se você trabalha com EAD ou está pesquisando o assunto, o texto é mais que recomendado.