Sistema de texto para voz podem ajudar no aprendizado?

O uso de softwares educacionais permite que muitos alunos e pessoas com necessidades especiais tenham acesso a uma educação de qualidade, podemos dizer até mesmo que em pé de igualdade com alunos ditos normais. Entre esses softwares que permitem uma melhor integração na sala de aula, estão os sistemas que transformam palavras em áudio, permitindo que alunos com deficiência visual possam escutar o material que é lido pelos outros alunos. Existem várias opções e tipos de softwares para essa tarefa específica, mas dentre as opções para quem fala português temos apenas o Letras e o DosVox.

Essa última opção é a que mais conheço e já presenciei muitos alunos fazendo testes com o software para verificar a sua precisão, e posso dizer que o resultado da sua aplicação é fantástica. Mas, esse tipo de ferramenta pode representar um novo avanço para o aprendizado de todos os alunos com sérias deficiência em termos de leitura. Se você é professor ou já ministrou alguma aula, deve saber que a maioria dos alunos detesta a leitura e não faz a menor questão cultivar esse hábito.

Gathered for the IHR Headphone Roundup

Os softwares como o DosVox podem ajudar na conversão de material em texto digital para áudio. A vantagem em fazer isso é que os alunos podem ter acesso fácil e barato a dispositivos que reproduzam esse tipo de material, como os telefones celulares que podem reproduzir arquivos em MP3. Isso resolve o problema da leitura? Claro que não, mas ajudaria em muito no processo de aprendizagem e seria uma conveniência para as pessoas que tem pouco tempo ou gostariam de otimizar o período de estudos.

Entre os alunos que mais poderiam se beneficiar do uso de sistemas como esse estão os que participam de cursos a distância, pois a maioria do material já é distribuído em formato digital, o que facilita muito o uso do DosVox. Para começar a usar o DosVox, basta fazer uma visita ao web site do projeto para fazer o download do software que é totalmente gratuito. Quem sabe assim você consegue fazer com que seus alunos se interessem ainda mais pelos textos e material didáticos da sua disciplina.

O ideal mesmo é incentivar a leitura, e o uso dessa incrível ferramenta para fomentar alunos perfeitamente normais a estudar é muito triste. Mas, é a nossa realidade.

Guia de tecnologias educacionais do Ministério da educação

Quando o assunto é promover a tecnologia educacional em instituições de ensino, a maioria dos gestores e coordenadores dessas instituições se encontra com um pequeno problema nas mãos; qual tecnologia ou projeto escolher? A quantidade de informações e sistemas desenvolvidos em diversas localidades, mesmo em língua portuguesa é muito grande. O que pode realmente atrapalhar na hora da escolha, sem falar na falta de experiência e vivência dos gestores com assuntos relacionados à tecnologia da informação, especialmente se for associada à sala de aula.

Como forma de promover e facilitar a pesquisa dos gestores das diversas instituições de ensino, o ministério da educação elaborou um guia de tecnologias educacionais, voltado de maneira clara para os gestores de instituições públicas, com tecnologias e recursos que podem ser usados como apoio em sala de aula. A maioria das tecnologias foi desenvolvida aqui no Brasil mesmo. O catálogo é de 2007, mas ainda é possível encontrar material interessante para os mais variados fins, desde o ensino das unidades básicas como matemática até o aperfeiçoamento de professores.

Para saber mais sobre o projeto, você pode visitar esse endereço que leva diretamente a página no web site do ministério da educação, com a descrição do guia. O documento pode ser copiado como um arquivo PDF de aproximadamente 60 MB no endereço indicado acima, para as pessoas interessadas em consultar a lista de tecnologias disponíveis é a maneira mais rápida de ter acesso a lista.

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Uma das coisas que senti falta no guia é um simples sumário com numeração de páginas, o que mostra que faltou um designer de informação para organizar o material! Se você quiser conhecer as tecnologias como um todo, precisa passar por todas as páginas. Até é possível achar alguns dos projetos no guia pelo sumário, mas para descobrir em que página ele está é necessário ir folhando o documento todo, ou então usar o localizar do leitor de arquivos PDF.

Deixando essa parte do sumário de lado, o guia se mostra muito bom na apresentação dos projetos que envolvem tecnologia educacional no Brasil. Os projetos de tecnologia educacional estão organizados nas seguintes categorias:

  • Gestão da educação
  • Ensino-aprendizagem
  • Formação de profissionais da educação
  • Educação inclusiva
  • Portais educacionais

Essa última opção não tem relação alguma com sistemas LMS, mas sim com portais que oferecem algum tipo de conteúdo de apoio a professores e educadores, como o excelente Portal Domínio Público que oferece material livre de direitos autorais que podem ser usados sem restrições na sala de aula.

Se você trabalha de alguma maneira com tecnologias voltadas à educação, recomendo o download e consulta ao material.

Google investindo na integração do Moodle com seus sistemas educacionais

O Moodle está recebendo um incentivo de peso, para ser mais exato o incentivo está partindo de ninguém menos que o Google. Isso pode não ser novidade, pois o Moodle já recebe o benefício de participar de projetos como o Google Summer of Code, em que estudantes universitários em férias no hemisfério norte podem trabalhar na melhoria de softwares com código aberto, e ainda receber incentivo financeiro. Agora, o projeto de incentivo do Google envolve a integração, inclusive de acesso ao pacote Google Apps para educação.

Esse serviço do Google oferece para instituições de ensino interessadas, o uso de toda a infra estrutura tecnológica da empresa, como os sistemas de e-mail baseados no Gmail ou edição de documentos com o Docs, para a instituição de ensino. Por exemplo, caso a sua instituição de ensino queira oferecer aos alunos a possibilidade de ter um e-mail, usando o domínio da instituição de ensino, você pode usar a estrutura de armazenamento do Gmail, inclusive para a manutenção.

Para conhecer um pouco mais sobre o funcionamento do Google Apps para educação, recomendo assistir ao vídeo abaixo, em que o sistema e seu conceito são explicados:

O que eles estão se propondo agora, em parceria com o Moodlerooms, é integrar o sistema até mesmo com compartilhamento de usuários e senhas, com o Moodle.

Essa integração funcionaria assim:

  • Os alunos poderiam usar um usuário e senha para acessar os seus e-mails e serviços oferecidos pelo Google Apps para educação:
  • Com o uso do mesmo usuário e senha, os alunos poderiam acessar os cursos virtuais no Moodle.

A vantagem da integração está na facilidade para os alunos, pois em algumas situações o acesso ao Moodle ou sistemas LMS é feito com usuários e senhas diferentes. O que pode ser inconveniente para alunos sem intimidade com tecnologia, ou que simplesmente não gostem de ter um usuário em cada sistema.

Quanto mais fácil o acesso aos sistemas usados para apoiar o aprendizado online, melhor será a experiência dos alunos e professores no uso e convivência com essas novas tecnologias.

Mais informações sobre a integração podem ser encontradas nesse artigo publicado no Inside Higher Education.

Qual o impacto dos vídeos como material educacional?

O uso de vídeos e material multimídia é até comum para os padrões da internet hoje, mas ainda não é uma realidade nas instituições de ensino, por deficiências no acesso a internet dos alunos, e a falta de cultura dos professores no uso desse material para educação. Quando pensamos em Youtube, a primeira coisa que vêm a cabeça são aqueles vídeos engraçados, ou com aquele desastre legal, que você recebeu por e-mail de algum amigo. Esse é o cenário dos vídeos como material educacional, mas saiba que o uso de material audiovisual é sem sombra de dúvida, o futuro em termos de educação assíncrona, principalmente em cursos que usam a internet como base de irradiação.

Um ótimo exemplo disso é o chamado m-learning ou móbile learning que ainda engatinha aqui no Brasil. É impressionante que na média, os alunos das instituições de ensino não têm computador, mas possuem celulares com funções multimídia capazes de reproduzir vídeos.

Por que motivo não usar vídeos então?

Vídeos educacionais

Como eu havia comentado, muito disso ainda e uma falta de cultura dos próprios professores em usar vídeos como material educacional em suas aulas. Mesmo assim, ainda existem outros desafios no uso de vídeos como material educacional.

Alguns professores de universidades e instituições de ensino americanas estão reportando que seus alunos, não assistem a seus vídeos, com a gravação de algumas palestras ou aulas na íntegra. Os alunos acabam tendo um comportamento comum aos telespectadores de TV, que é zapear por vários canais até encontrar um programa ou conteúdo que o interesse.

O artigo sobre essa experiência com os vídeos, pode ser consultado no Wired Campus.

Isso é muito interessante e serve como alerta aos designers instrucionais, para não usar vídeos como a base da tecnologia de um curso. Eu mesmo já passei por experiências semelhantes, como alunos de um curso que usava muito material em vídeo, sendo que várias das partes do vídeo já eram do meu conhecimento. O resultado disso foi que, durante boa parte do tempo fiquei pulando as partes já conhecidas do vídeo, para encontrar os conteúdos novos.

Se esse for um curso isolado, não será um problema tão grave assim, pois o aluno assume a responsabilidade. Mas, quando abordamos o ensino superior ou treinamentos corporativos a coisa fica mais séria. Na maioria das vezes o que vai acontecer é que as partes consideradas “chatas” ou monótonas pelos alunos são ignoradas e no período pré-avaliação, os mesmo vídeos devem ser consultados apenas nas partes que podem aparecer na prova.

A solução para isso não é simples, nas envolve o trabalho dos professores com os designers instrucionais, para fazer com que os vídeos sejam exibidos ao menos uma vez, sem os controles para avanças e retroceder. Ao menos assim, os alunos podem assistir aos vídeos na íntegra e eles podem controlar e escolher as partes para revisar.

A tecnologia pode substituir os professores?

Hoje é dia do professor, gostaria de parabenizar a todos os colegas professores que acompanham o Blog e enriquecem a experiência dos visitantes, com comentários construtivos ou simplesmente enviando mensagens, concordando ou discordando de algum artigo ou assunto abordado aqui. Todas as participações são válidas e muito bem vindas, afinal de contas, todos sabem o quanto é importante para os professores a troca de experiências e o conhecimento de novas técnicas e metodologias, para melhorar a nossa vivência em sala de aula.

Parabéns a todos!

Um dos assuntos que mais abordo aqui no Blog é o uso de tecnologia como apoio à educação. Mas, será que um dia a figura do professor vai desaparecer? Ele será substituído pela tecnologia?

Professores e tecnologia

Na verdade, o professor sempre será figura essencial no processo de ensino. Por mais perfeitas que as novas tecnologias sejam apenas os professores com a experiência do contato humano e a percepção das dificuldades, que cada indivíduo tem, pode alcançar os objetivos educacionais de uma disciplina ou curso com eficiência.

Mas, isso não significa que a tecnologia não deve alterar de maneira drástica a maneira com que os professores trabalham e exercem seu ofício. Cada vez mais, será necessário que os docentes dominem as tecnologias de informação, principalmente no que se refere à comunicação usando a internet.

Se você quiser se preparar para um futuro dominado por tecnologias educacionais, comece entendendo um pouco mais sobre a internet, educação a distância, o funcionamento de um LMS como o Moodle e principalmente e principalmente experimente esses ambientes para estudar. Assim é possível fazer analogias, com a experiência que os seus próprios alunos devem vivenciar.

Eu mesmo, sempre que posso, estou estudando e lendo textos ou vídeos educacionais no celular. O objetivo é aprender os conteúdos e ao mesmo tempo avaliar o ambiente, para propor soluções educacionais com esse tipo de tecnologia.