A importância das pesquisas e dados para ilustrar apresentações em slides

Uma das coisas mais interessantes para mostrar em palestras, apresentações ou aulas são dados sobre algo relacionado ao tema abordado na apresentação. Por exemplo, se o assunto da sua apresentação for “contrato pedagógico“, é interessante mostrar algum tipo de levantamento que mostre dados sobre o uso e aplicação desse documento em sala de aula. Quando é que um professor pode fazer uso do contrato como forma de cobrança para os alunos? Qual a porcentagem média de alunos que efetivamente lembra de ter assinado esse contrato no início do semestre?

Essas são informações que mesmo a título de curiosidade interessam as pessoas que assistem palestras sobre o tema “contrato pedagógico”. Isso faz com que a sua apresentação se transforme em algo que as pessoas podem associar facilmente com aprendizado, com o ganho de informações até então muito difíceis ou que iriam requerer esforço demais para conseguir. Já imaginou ter que fazer esse tipo de levantamento sozinho? Sempre que alguém usa esse artifício, mostrando dados e informações sobre um determinado nicho, a palestra fica mais interessante.

Spreadsheet

Nesse ponto, encontramos mais um desafio na hora de preparar e planejar apresentações e palestras, que é a escolha do tipo de informação que vamos divulgar, e depois de escolher o tema ainda precisamos localizar essas informações. A pesquisa dos dados é a parte mais crítica, por essa razão, sempre que leio um livro ou encontro uma tabela com dados que podem me ser úteis no futuro, encontro uma maneira de guardar o local em que estão os dados.

Como sei que muitas pessoas que visitam o blog, trabalham ou se interessam por educação a distâcia e assuntos relacionados à educação, uma das melhores fontes de informação sobre EAD ou educação superior é o site do INEP. O INEP é o instituto ligado diretamente ao ministério da educação, que tem a responsabilidade de fazer o censo da educação superior. Portando, se você precisar de dados estatísticos sobre educação superior ou EAD, o INEP tem tudo isso já tabulado. Por exemplo, você seria capaz de dizer o número total de alunos matriculados em cursos EAD hoje no Brasil? E o percentual de crescimento entre 2006, 2007 e 2008? Na verdade os dados de 2008 ainda estão sendo finalizados, mas mesmo assim é um tipo de informação extremamente importante para mostrar em qualquer palestra ou apresentação sobre EAD, os quantitativos e fazer projeções de crescimento.

Nesses últimos dias precisei encontrar dados sobre a evolução e popularidade dos cursos EAD, e no INEP encontrei as informações. Esse é mais um desafio para o design instrucional, garimpar dados e informações para enriquecer o conteúdo de apresentações.

Guia de tecnologias educacionais do Ministério da educação

Quando o assunto é promover a tecnologia educacional em instituições de ensino, a maioria dos gestores e coordenadores dessas instituições se encontra com um pequeno problema nas mãos; qual tecnologia ou projeto escolher? A quantidade de informações e sistemas desenvolvidos em diversas localidades, mesmo em língua portuguesa é muito grande. O que pode realmente atrapalhar na hora da escolha, sem falar na falta de experiência e vivência dos gestores com assuntos relacionados à tecnologia da informação, especialmente se for associada à sala de aula.

Como forma de promover e facilitar a pesquisa dos gestores das diversas instituições de ensino, o ministério da educação elaborou um guia de tecnologias educacionais, voltado de maneira clara para os gestores de instituições públicas, com tecnologias e recursos que podem ser usados como apoio em sala de aula. A maioria das tecnologias foi desenvolvida aqui no Brasil mesmo. O catálogo é de 2007, mas ainda é possível encontrar material interessante para os mais variados fins, desde o ensino das unidades básicas como matemática até o aperfeiçoamento de professores.

Para saber mais sobre o projeto, você pode visitar esse endereço que leva diretamente a página no web site do ministério da educação, com a descrição do guia. O documento pode ser copiado como um arquivo PDF de aproximadamente 60 MB no endereço indicado acima, para as pessoas interessadas em consultar a lista de tecnologias disponíveis é a maneira mais rápida de ter acesso a lista.

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Uma das coisas que senti falta no guia é um simples sumário com numeração de páginas, o que mostra que faltou um designer de informação para organizar o material! Se você quiser conhecer as tecnologias como um todo, precisa passar por todas as páginas. Até é possível achar alguns dos projetos no guia pelo sumário, mas para descobrir em que página ele está é necessário ir folhando o documento todo, ou então usar o localizar do leitor de arquivos PDF.

Deixando essa parte do sumário de lado, o guia se mostra muito bom na apresentação dos projetos que envolvem tecnologia educacional no Brasil. Os projetos de tecnologia educacional estão organizados nas seguintes categorias:

  • Gestão da educação
  • Ensino-aprendizagem
  • Formação de profissionais da educação
  • Educação inclusiva
  • Portais educacionais

Essa última opção não tem relação alguma com sistemas LMS, mas sim com portais que oferecem algum tipo de conteúdo de apoio a professores e educadores, como o excelente Portal Domínio Público que oferece material livre de direitos autorais que podem ser usados sem restrições na sala de aula.

Se você trabalha de alguma maneira com tecnologias voltadas à educação, recomendo o download e consulta ao material.

Previsões para o mercado de EAD em 2009

Um dos autores que acompanho quando o assunto é EAD ou e-learning se chama Tony Karrer, pela sua participação em projetos e iniciativas relacionadas a educação apoiada por internet. No início desse ano, ele publicou no seu blog um artigo com algumas previsões para o mercado de EAD em 2008, e como estamos chegando ao final do ano, gostaria de fazer alguns comentários sobre o que realmente se confirmou, e quais dessas previsões de aplicam ao mercado educacional em 2009. O artigo original com as previsões pode ser consultado nesse link, que leva para o seu blog.

No total foram 10 previsões que abrangem desde a gestão de cursos na internet, como a produção de conteúdos para esse tipo de curso.

Second Life

O mercado brasileiro de EAD tem algumas particularidades e diferenças abissais, em relação ao que os americanos fazem. Uma das principais diferenças é a maior disseminação da cultura relacionada ao uso da internet. Lá o acesso é barato e fácil, aqui no Brasil os computadores estão se popularizando apenas nos últimos anos.

Podemos começar com a parte relacionada com produção de conteúdo, que no caso dele se aplica mais ao mercado americano. Não farei análises detalhadas sobre tudo, mas dos pontos mais importantes.

Produção de conteúdo

Na previsão ele comenta que softwares de autoria multimídia iriam dominar o mercado. Não posso falar sobre os conteúdos das universidades americanas, mas o mercado brasileiro ainda deve ficar concentrado em conteúdo textual em 2009. Como o acesso a internet ainda é caro, e a alta velocidade de conexão é elitizada, as universidades e faculdades ainda precisam investir apenas em material baseado em texto.

LMS

Cada vez será maior a necessidade de sistemas LMS em instituições de ensino. Mas, esse mercado está sofrendo uma revolução, em que os sistemas LMS estão migrando para um modelo parecido com uma rede social. Aqui no Brasil, com a maioria das instituições aprendendo a usar ainda um LMS, como o Moodle, essa migração será mais demorada. Um aspecto positivo de uma rede social para educação, com portfólios e outros recursos é a chamada gestão de talentos. Em que a instituição pode identificar e selecionar os alunos com melhor desempenho.

Salas de aula virtuais no Second Life

Depois de uma euforia inicial, o uso do Second Life como ferramenta educacional está minguando. No início do ano, muita coisa se comentava da revolução que seria o uso dessa ferramenta, e muitas instituições gastaram um bom dinheiro, comprando uma ilha lá. O resultado? O próprio uso do sistema está em declínio. O seu uso educacional ainda é fantástico, mas com nichos específicos.

No próximo artigo, continuo falando sobre outras áreas como o mobile learning e o design instrucional, e suas respectivas previsões para 2009.

Modelos de remuneração para professores e tutores de cursos a distância

Como remunerar um professor ou tutor em cursos a distância? Essa é uma das principais dúvidas dos gestores de instituições de ensino, quando começam a trabalhar com iniciativas voltadas a educação pela internet. O assunto é recente e pelo que pude apurar com alguns colegas que ministram aulas como tutores, e por experiências próprias também, pude perceber que cada instituição adota um modelo diferente de remuneração. Qual o melhor? Qual o mais justo? O assunto é polêmico e deve no futuro trazer até mesmo complicações trabalhistas, com professores acionando instituições na justiça, por trabalhar a noite e em horários pouco convencionais.

Today Was a Tough Day . . .

Existem no total vários tipos de remuneração para professores/tutores:

  • Por aluno: Esse é o tipo de remuneração mais comum, em que o professor tutor recebe um percentual sobre cada um dos alunos participantes do seu curso. Quanto mais alunos um curso tem, maior será a remuneração do tutor. Segundo a maioria das instituições de ensino, o tipo de remuneração por aluno é uma forma de estimular o tutor a motivar os alunos a permanecer no curso.
  • Por horas trabalhadas: Os chamados tutores fixos recebem dessa maneira, funcionando de maneira semelhante a um professor com carga horária fixa. Nesse caso, os tutores são mais generalistas e podem atuar em várias disciplinas ou cursos. Quando um tutor com conhecimentos mais especializados é necessário, o mesmo é contratado pelo regime de alunos.
  • Por quantidade de material: Por último, o modelo para produção de material que leva em consideração a quantidade de tópicos ou texto, que o chamado tutor de conteúdo vai produzir. Dentre todos os modelos de remuneração, esse é o que apresenta maior número de variações, pode ser por páginas, horas de produção, direito de imagem em vídeo e muitos outros.

Em minha opinião, os modelos que ligam quantidade de alunos a remuneração do professor, pode ser perigosa para a instituição, pois no começo dos cursos pela internet, a quantidade de alunos sempre é alta. Mas, em pouco tempo a alta evasão desses cursos pode retirar recursos financeiros do curso, inviabilizando em pouco o curso.

E você? Como é o modelo de remuneração da sua instituição?

Mahara: Como incrementar as características sociais do Moodle e criar comunidades educacionais?

Já faz alguns dias que comentei aqui no Blog, o uso do Moodle em conjunto com uma ferramenta chamada Open Share, que permite abrir partes de um curso para visitantes do web site. Pois, esse não é o único sistema que funciona em conjunto com o Moodle, para tentar melhorar a experiência do aluno com o sistema e expandir ainda mais as capacidades do sistema. Além de todos os recursos que o Moodle já disponibiliza para instituições de ensino e professores, para oferecer cursos pela internet usando ferramentas e opções com algo nível de interação, ainda existe a possibilidade em agregar os portfólios online ao sistema, ou os e-portfolios como também são chamados.

O que é um portfólio online? Essa é a especialidade de um sistema chamado Mahara, foco desse artigo e a sua integração com o Moodle.

Antes de falar sobre os portfólios online, vamos falar um pouco sobre o uso do Moodle, como plataforma de ensino em instituições que preparam alunos para o mercado de trabalho. Os departamentos de estágio das empresas, precisa constantemente selecionar currículos de alunos, para encaminhar para empresas. Esses currículos na maioria das vezes são armazenados como arquivos DOC. Não seria fantástico, se os alunos pudessem construir currículos no Moodle, e os gerentes dos setores de empregabilidade ou estágio, fizessem uma busca dentro dos perfis, usando tags e outros elementos para procurar por dados atualizados?

Pois, é esse tipo de tarefa que o Mahara consegue realizar. Um sistema de portfólios online permite estender em muito os perfis do Moodle, fazendo com que os alunos possam criar seus próprios artefatos personalizados, redes sociais, listas de amigos, currículos online e muito mais. No ato da consulta do currículo, a mesma pessoa já poderia procurar um histórico das atividades do aluno no Moodle, para verificar o desempenho acadêmico do mesmo.

O vídeo abaixo mostra uma apresentação rápida de como o Mahara funciona:

O melhor de tudo é que o Mahara funciona de maneira integrada com o Moodle, para o aluno parece que ele está no mesmo sistema, pois os dois compartilham informações. Para o aluno, fica a vantagem de permitir que os seus dados sejam ou não visualizados por outros alunos, a escolha é dele!

Como fazer a integração com o Moodle? O vídeo abaixo, explica a integração e foi publicado por Julian Ridden, também conhecido como Moodleman. Ele fala sobre a integração e a vantagem em usar os dois sistemas, mostrando inclusive um exemplo funcional de alunos interagindo com o Moodle e Mahara.

Isso mostra como o Moodle, pode ser uma ferramenta ao mesmo tempo de baixo custo, mas com ferramentas e recursos incríveis, e que fazem com que fique difícil um sistema LMS proprietário competir com a ferramenta. Se você tiver interesse e uma equipe técnica (pequena mesmo), capaz de gerenciar esse tipo de interação com sistemas, vale a pena fazer ao menos uma experiência com o Moodle.

O Mahara também é de código aberto e de uso gratuito!