Competências necessárias para usar tecnologia em sala de aula

Quais as competências e conhecimentos necessários para usar tecnologia (internet), em sala de aula? Se você é professor ou professora, já deve ter se perguntado isso. Se você já usou alguma ferramenta como o Google Earth nas suas aulas, deve estar se perguntando como melhorar? E para quem nunca teve essa oportunidade, deve estar mais “perdido” ainda, sem saber como começar.

Essa é uma das perguntas que me fazem com freqüência, professores querendo usar internet e tecnologia como apoio nas suas aulas, mas sem saber como fazer para implementar os recursos e organizar o seu plano de ensino. Até pouco tempo atrás, bastava saber montar as aulas no PowerPoint que era suficiente, mas hoje a demanda está muito maior!

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Então, compilei uma pequena lista com os recursos que devem ser evidenciados no seu estudo:

  • Usar de maneira eficiente uma ferramenta de busca: Quando você precisa pesquisar material para aulas, muito provavelmente deve recorrer ao Google. Saiba que a busca no Google, pode ser melhor executada com o uso de operadores de pesquisa, que filtram de maneira surpreendente os resultados e podem trazer conteúdo interessante para as suas aulas. Qualquer professor que precise preparar material para aulas, deveria conhecer e aplicar esses operadores, na busca por material para ilustrar e enriquecer suas aulas. Além disso, existem opções como o próprio Google Acadêmico.
  • Conhecer e usar redes sociais: As redes sociais podem trazer ainda mais conteúdo para quem precisa estar sempre pesquisando. Redes como o del.icio.us permitem que você pesquise pelos favoritos que outros usuários com interesses semelhantes aos seus, salvaram e acham importante. Esse tipo de pesquisa trás resultados diferentes da pesquisa do Google. Ainda temos uma infinidade de redes, que já foram abordadas aqui no Blog como o SlideShare e teacherTube.
  • Saber como funcionam Blogs e Wikis: Os responsáveis por boa parte do conhecimento gerado no meio acadêmico são professores e pesquisadores que publicam comentários e atualizações sobre suas pesquisas, nas mais variadas áreas em Wikis e Blogs. Um professor que queira usar internet como apoio, deve saber como usar esses sistemas em proveito das suas aulas, quem sabe até usar ele como ponte para trazer o pesquisador para a sua sala de aula, mesmo que de maneira virtual.
  • Conhecer e usar RSS: O RSS é uma ferramenta extremamente poderosa para quem gera conteúdo! Os professores que usam com eficiência esse recurso podem acompanhar atualizações em web sites de maneira automática. Assim você estará sempre atualizado nos assuntos relacionados a sua aula.
  • Saber como funciona e internet: Não leve essa recomendação ao pé da letra, você não precisa conhecer os protocolos de transmissão de dados, mas sim a maneira como as coisas acontecem na internet e como ela revoluciona a educação. Por exemplo, saber o que são os sistemas LMS como o Moodle, podem evitar que você seja surpreendido quando a sua instituição de ensino comece a usar ensino semipresencial. Muitos docentes ainda ficam distantes do computador como ferramenta de estudo, se limitando apenas a usar o e-mail. Se esse é o seu caso, mude a sua mentalidade o mais rápido possível!

Bem, acho que isso resume bem as competências e conhecimentos necessários para os professores que queiram usar tecnologia como apoio em suas aulas. Repare que as recomendações levam para a criação do ambiente pessoal de aprendizagem, que já havia sido comentado aqui no Blog.

Pronto! Agora você já sabe por onde começar. Agora é só colocar a mão na massa e adaptar o seu plano de ensino, para usar tecnologia.

Lembre que o número de alunos que usa internet, pelo menos para entretenimento está crescendo. O avanço da economia está fazendo com que cada vez mais pessoas comprem seu primeiro computador. Em pouco tempo, isso será sentido em sala de aula. Basta um professor começar a usar internet como apoio, que os alunos começam a perguntar para os outros professores “Por que sua aula não está na internet também?”. Qual será a resposta do professor?

Recursos para aula: Base de perguntas para avaliação

Depois que os professores tem o primeiro contato com sistemas de educação a distância, como o próprio Moodle, eles percebem que tem uma ferramenta poderosa, para automatizar algumas tarefas. Por exemplo, aplicar questionários de múltipla escolha, como ferramenta para validar o aprendizado ou a interpretação de algum tipo de texto, começa a fazer parte do cotidiano do trabalho desse professor. O problema é criar um banco de perguntas, com as respectivas respostas para aplicar nas suas aulas. Tenho sempre a mesma dificuldade inicial, com professores que começam a trabalhar com esses sistemas, mas não imaginam o trabalho que dá elaborar essas perguntas.

Apesar de parecer difícil, a tarefa é realizada apenas uma vez. Nos outros semestres as suas perguntas já estão prontas, então é só aproveitar o seu banco de testes e avaliações. Apesar de ser trabalhoso, podemos usar alguns recursos na web para ajudar a compor esse banco de perguntas.

Bloco de perguntas

Caso você não saiba, existe um banco de perguntas e respostas muito bom na web, chamado de FlashcardExchange. Lá podemos encontrar várias perguntas, com as respectivas respostas publicadas por professores das mais diversas áreas.

Por exemplo, quem ministra aulas sobre história da arte ou economia, pode encontrar no sistema uma categoria que reúne apenas perguntas relacionadas com os dois temas. Além de mostrar as perguntas e respostas, o sistema permite que você use o material para estudar. Podemos visualizar apenas as perguntas, para ir respondendo mentalmente ou no papel. Depois é possível visualizar as respostas, que como são dissertativas podem varias. Junto com as respostas, podemos visualizar o tempo que gastamos para chegar às respostas.

Essa é uma ótima base para calcular o tempo médio, gasto pelos seus alunos. O sistema ainda disponibiliza um tipo de inscrição paga, que oferece serviços extras, mas é possível aproveitar o conteúdo fazendo uma conta gratuita. Ele é na sua essência uma rede social de professores e pesquisadores.

Existem perguntas para educação fundamental, ensino médio e superior. Então qualquer professor pode aproveitar o conteúdo do sistema. Claro que tudo está em língua inglesa, mas para professores isso não é problema, pelo menos não deveria ser.

Modelo de educação a distância: Aprendizado centrado no Aluno

Hoje vou comentar um modelo de aprendizagem, pelo menos acredito que seja um modelo. Até porque não tenho formação em pedagogia para fazer essa afirmação. Para ambientes a distância, o modelo de aprendizado focado no aluno, tem se mostrado muito eficiente nas experiências que tenho presenciado e em conversas com outros colegas professores. Esse modelo apresenta uma proposta que está em total sintonia com as necessidades de uma sociedade que exige dos seus profissionais, uma capacidade altamente desenvolvida para resolver problemas e buscar soluções criativas.

Além de incentivar o aluno a aprender com as suas próprias experiências, esse modelo propõe uma mudança drástica na maneira assistencialista com que as relações entre alunos e professores são abordados hoje em dia. O que acontece na maioria dos cursos presenciais, principalmente nos particulares, os alunos ficam dependentes do professor para tudo. Desde uma simples pesquisa de material até a interpretação de um problema que ele vivenciou, no seu estágio ou emprego. A capacidade de aprender com as experiências e pesquisar os conhecimentos necessários é mínima.

Trabalho em equipe

Na educação centralizada nos alunos, o papel do professor é incentivar a interação entre os mesmo em grupos de discussão. Ambientes como o Moodle são perfeitos para esse tipo de atividade, em que um conteúdo ou problema é apresentado, os próprios alunos ficam responsáveis pela discussão dos problemas. Para o professor fica a tarefa de ficar na periferia da discussão, acompanhando e observando para orientar e intervir nos momentos certos.

Para usar esse tipo de modelo é simples, veja os passos necessários:

  • Organize sua aula de maneira a aproveitar conteúdos que os alunos já conheçam
  • Proponha pesquisas que incentivem ao aluno a aprender novos conteúdos, usando como base o que ele já sabe
  • Organize discussões e debates, para que os participantes aprendam uns com os outros
  • Intervenha o mínimo possível, apenas para direcionar e manter o foco das discussões

Qual o problema desse tipo de modelo?

Bem, existem alguns. O maior deles é a exigência maior sobre o aluno. Ele precisará de competências e habilidades que direcionem a pesquisa. A maioria das pessoas ainda se sente confortável com o modelo assistencialista.

Porque as instituições de ensino e professores não incentivam esse modelo?

Isso é o que eu costumo chamar de inércia educacional. Porque alterar um modelo que está funcionando? Alterar algo que já está incorporado a nossa [BP:215]cultura[/BP] como alunos, pode ser complicado. Mas com a adoção cada vez maior para ambientes de educação a distância, a adoção de modelos como esse é inevitável.

Você é professor? Precisa ministrar um treinamento? O que acha de fazer um experimento com esse modelo, para começar a instigar os seus alunos a pensar sozinhos?

Quem sabe você tem uma agradável surpresa! Você nunca saberá se não tentar.

Moodle e o construtivismo social

Sempre que apresento o moodle a qualquer grupo de professores ou gestores, enfatizo que o seu funcionamento e criação, foram otimizados para uma filosofia chamada construtivismo social. Para utilizar o moodle de maneira correta, precisamos conhecer e aplicar essa filosofia no seu ambiente, caso contrário teremos um grande e sofisticado, repositório de material com pouca ou nenhuma interatividade.

Mas o que diz essa filosofia do construtivismo social? Segundo os seus princípios, as pessoas aprendem melhor quando interagem umas com as outras. Assim uma conversa, acaba tendo um valor muito maior que uma leitura ou momento próprio para estudos.

Por isso o moodle, oferece tantos recursos para a criação de comunidades, como [BP:215]Blogs[/BP] internos, fóruns e Wikis. Tudo isso tem um objetivo claro, criar comunidades e oferecer aos participantes dos seus cursos, oportunidades para conversar e interagir.

Redes sociais

Caso um curso, seja construído de maneira a ignorar esses recursos, o que teremos é um mero repositório. Existe até um formato de curso, chamado Social, em que não há divisão de módulos ou semanas. Tudo é um grande fórum de discussão, para que as pessoas possam interagir.

Será que esse método realmente funciona? Acredito que se não funcionasse, o moodle não estaria mais sendo usado hoje em dia. Mas mesmo assim, podemos avaliar a eficácia desse tipo de relacionamento, pelo grande sucesso das redes sociais.

Praticamente todas as pessoas que usam a internet, principalmente como meio de comunicação, estão inscritas em uma rede social, seja ela o Orkut ou outra rede própria. Até em sistemas como o Youtube, temos a construção de redes sociais. Esse é um conceito usado em grandes web sites para gerar tráfego, usando a comunicação interna entre os usuários. Então podemos levar em consideração que esse tipo de interação entre as pessoas, não é nenhuma novidade. Podemos usar esse tipo de ambiente sem nenhum problema.

Você nunca usou o moodle? Quer saber como ele funciona? Visite a página oficial do Moodle, se inscreva nos cursos de introdução para conhecer o seu ambiente. Repare que nele próprio, os cursos são construídos de maneira a incentivar a comunicação entre as pessoas.

Agora você já sabe um pouco mais sobre o construtivismo social, caso a sua instituição de ensino use o moodle ou você esteja interessado em começar a usar esse ótimo LMS open source. Leia o artigo que publiquei já faz algumas semanas sobre colaboração online com o moodle, para saber mais sobre essa prática.

Todo esse estudo deve fazer parte de qualquer projeto que pretenda implementar o moodle, para instituições de ensino de qualquer porte. Ignorar essa filosofia fará com que o sistema seja subutilizado.

Planejando o semestre de aulas com colaboração

Estamos no início de mais um semestre, se você é professor ou atua na área de educação deve estar no início das suas atividades para esse semestre. Você já revisou os seus planos de aula? Essa é uma parte muito importante para qualquer educador que esteja se preparando para atualizar o conteúdo das suas aulas. Essa é a oportunidade perfeita para tentar adicionar um pouco de tecnologia e interatividade as suas aulas. Mas por onde começar? Como identificar as oportunidades no plano de aulas?

Sala de aula

Para ajudar a todos, elaborei um checklist com 6 situações em que podemos aplicar recursos tecnológicos nas nossas aulas:

  • Trabalhos em equipe: Esse é um prato cheio para as Wikis! Caso o seu plano de aula esteja prevento em algum ponto do semestre um trabalho em equipe, talvez seja a hora de ir preparando o terreno para propor aos alunos o desenvolvimento da pesquisa no formato de uma Wiki. Você não sabe como utilizar uma Wiki? Então faça já uma Wiki particular para que você já possa ir treinando.
  • Complemento para as aulas: Para complementar o conteúdo abordado nas aulas o que você acha de fazer um Blog? Essa é uma ótima maneira de se comunicar com os seus alunos. Selecione outros sites interessantes sobre o assunto que você ministrou aulas. Caso você trabalhe com ensino profissional, faça comentários sobre o mercado de trabalho e notícias relacionadas à sua área. Com um Blog os seus alunos ainda podem interagir, por meio de comentários.
  • Prepare os alunos para assuntos complexos: Aqui um Blog também pode ajudar como esse é um meio de comunicação com os alunos, podemos indicar textos para leitura antes de ministrar a aula.
  • Pesquisa colaborativa: Utilize serviços que oferecem marcadores sociais como o Del.icio.us, para realizar pesquisas e encontrar material de referencia. Saber que o professor possui os textos de referencia para uma pesquisa, pode ser um grande incentivo aos alunos, para que eles efetivamente escrevam o texto e não copiem.
  • Agendamento e lembretes: Aqui os Blogs também ajudam vários deles possuem ferramentas para publicar artigos em determinadas datas e horários. Assim, caso os seus alunos assinem o seu conteúdo, podemos adicionar lembretes para eventos importantes como avaliações ou encerramento de prazos para trabalhos.
  • Divulgar o plano de aulas: Aqui podemos utilizar Blogs ou ferramentas de escritório online, para compartilhar as atualizações e ajustes no plano de aula. Já pensou poder avisar aos seus estudantes, quais os assuntos abordados na próxima aula? Um plano de aula pode variar entre cada turma, dependendo do ritmo precisamos fazer ajustes.

Essas são apenas algumas das situações. Repare que podemos resumir as ferramentas utilizadas a Wikis, Blogs e ferramentas de escritório online. Mesmo representando apenas parte das ferramentas da Web 2.0, já podemos aumentar em muito a interatividade das nossas aulas. Quem sabe os seus alunos até já utilizam esses recursos para atividades particulares.

Está se perguntando por onde começar? Veja esses serviços gratuitos de hospedagem para blogs e Wikis:

Todas essas opções são gratuitas! Agora você já sabe por onde começar faça testes, para se familiarizar com as ferramentas e aplique os conceitos nas suas aulas. Você e seus alunos só têm a ganhar.