Quando o uso de PowerPoint atrapalha as aulas?

Na grande maioria das instituições de ensino as aulas estão começando a ser preparadas quase que exclusivamente com o uso do PowerPoint. Todos os professores têm seu conteúdo organizado e distribuído entre os alunos no formato de slides, isso inclusive é uma forma de marketing educacional para muitas faculdades que anunciam “todas as salas com datashow”. Até que ponto isso pode ser uma vantagem, ou até mesmo atrapalhar o desempenho dos alunos? Depois de passar um bom tempo observando o comportamento dos alunos, quando as aulas são ministradas totalmente com o apoio dos slides e quando a mesma é feita apenas no quadro, cheguei a seguinte conclusão; não coloque tudo nos slides.

O conteúdo de uma aula completa nos slides acaba sendo uma vantagem para os alunos e para o professor no momento em que o tempo gasto, com a organização do quadro é economizada. Mas, os alunos acabam tendo a tendência natural de não prestar mais tanta atenção que está sendo apresentado, pois depois os mesmos devem ter acesso aos arquivos do professor, com o conteúdo todo pronto no formato PPT. Cheguei a perceber que alunos assistindo aulas apoiadas por slides, acabam perdendo a atenção e se prejudicando depois. Uma coisa que deveria ajudar, acaba atrapalhando.

Por isso, acabei criando uma pequena regra para manter a atenção dos alunos enquanto uma aula ministrada com o apoio de PowerPoint é realizada. A regra é simples; não coloque tudo no PowerPoint.

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A estratégia é simples mas já consegui comprovar nas aulas que é muito eficaz, consiste em trabalhar com conteúdos sem muitos detalhes nos slides, para que seja necessário usar o quadro como apoio eventual durante as aulas. Com isso, quando um assunto que requer explicações extras do professor ganha algumas palavras e comentários no quadro. Assim, os alunos precisam prestar mais atenção ainda para eventualmente copiar ou simplesmente acompanhar as explicações com o material exposto no quadro.

Pode parecer um contraponto, usar o quadro quando temos o PowerPoint disponível para ministrar aulas. Mas, para manter a atenção e interesse de uma turma de alunos, qualquer tipo de artifício é válido. Caso você queira fazer um teste nas suas aulas, recomendo escolher um slide cheio de informação e fazer um “enxugamento” do mesmo. Quando ele for o tópico central da explicação, coloque o material no quadro! Você vai perceber como a atenção dos alunos será redobrada ao longo de toda a aula.

Técnicas para aprender melhor

O início do ano letivo está chegando, a maioria das instituições de ensino deve começar as suas aulas no início de Fevereiro. Além dos procedimentos normais de revisão e atualização do material didático, assunto que deve ser abordado aqui no blog nos próximos dias, um ponto que muitas vezes é relegado para o segundo plano e deve ser abordado com seus alunos é; como aprender e estudar melhor. Sempre que posso estou fazendo sugestões para que os alunos possam criar o seu ambiente pessoal de aprendizagem (PLE), para que possam acompanhar e estudar melhor usando tecnologia. Mas, ainda assim existem algumas dicas e procedimentos simples que podem fazer a diferença, principalmente para os alunos que têm dificuldades no aprendizado (a maioria).

Um artigo muito interessante de uma psicóloga chamada Kendra Wagner, aborda o assunto com várias dicas e técnicas para melhorar o aprendizado. Mesmo para professores e acadêmicos formados, algumas dicas podem ser de grande utilidade, por abordar um tema importante para os “trabalhadores do conhecimento”, afinal o estudo e aprendizagem fazem parte do nosso trabalho.

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O objetivo desse artigo não é copiar o que foi indicado, para isso recomendo que você faça uma visita a página original que está em inglês. Para as pessoas com dificuldades no inglês, esse link tem uma tradução automática do texto para português.

Esse é um pequeno sumário das principais dicas, que considero as mais valiosas:

  • Sempre que aprender uma coisa nova, mantenha o assunto vivo na sua memória, colocando o conhecimento em prática
  • Aprenda de várias maneiras como por meio de livros e material multimídia
  • Ensine o que você aprendeu para outras pessoas (Essa é uma das maneiras mais eficientes de aprender!)
  • Utilize conhecimentos prévios no seu aprendizado, para construir uma cadeia de conhecimentos
  • Procure por respostas para as suas dúvidas em vários meios, para conseguir novos pontos de vista sobre o assunto
  • Adquira experiência prática naquilo que é foco dos seus estudos
  • Aprenda e analise as maneiras como você aprende melhor
  • Use testes e exercícios para potencializar o seu aprendizado
  • Faça uma coisa de cada vez! Uma das maneiras de sabotar o aprendizado é a multi tarefa, em que o aluno acaba fazendo várias coisas ao mesmo tempo, sendo uma dessas coisas estudar

As dicas do artigo são extremamente valiosas e pode servir para uma possível apresentação ou aula inaugural para seus alunos no primeiro dia de aula. Já selecionei algumas dessas dicas para passar para meus alunos!

Como selecionar projetos de pesquisa, para artigos e monografias?

Como estou sempre envolvido com a produção de cursos e disciplinas, a experiência em sala de aula me ajuda muito a entender as necessidades dos alunos, por isso acredito que todo o designer instrucional, deva ter experiências com docência. No meu caso, eu era professor antes de me dedicar ao design instrucional, por isso a transição foi feita de maneira rápida e simples, isso até me ajudou no planejamento de material didático. Quando você faz o planejamento sem conhecer os alunos, tudo fica mais difícil e os erros começam a aparecer. Material escrito para um perfil diferente de público, sempre prejudica o aprendizado.

Uma das coisas que me meus alunos sempre me perguntam é a escolha de temas, para projetos de pesquisa como monografias e artigos científicos. Nesse departamento, devo confessar que ando um pouco relapso, pois estou me dedicando mais a produção de livros que a de material científico como artigos. Mas, mesmo assim, acho que com os livros, posso ajudar um número maior de pessoas. Já escrevi dois deles e estou trabalhando na criação de mais dois, espero que os primeiros rascunhos estejam prontos até o final de janeiro.

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Quais os conselhos que passo para meus alunos?

A escolha dos temas para esse tipo de estudo é fundamental para o sucesso da iniciativa. Como os alunos ainda têm pouca experiência, eles não sabem ao certo sobre qual assunto escrever. Por isso recomendo que os mesmos façam uma primeira pesquisa, procurando por problemas na sua área de conhecimento. Sim, uma boa pesquisa científica deve fazer a análise e procurar soluções para problemas. Claro que isso não é tudo, mas a análise e resolução de problemas é um ótimo começo.

Uma das maneiras de localizar esses problemas e na própria sala de aula, vendo as dificuldades dos alunos no aprendizado de algum assunto. Mesmo sendo um problema relacionado ao ensino, é uma oportunidade para discorrer uma análise sobre o assunto e propor uma solução.
Outra oportunidade tem relação com os estágios, em que o aluno pode identificar no seu local de trabalho, os principais problemas e dilemas de uma atividade profissional. Escolha o tema e discorra sobre ele.

Depois que a oportunidade for identificada, então o próximo passo é estudar o assunto, ler livros e reunir material na internet como outros artigos e documentos, para comprovar que o assunto realmente é pertinente. Com tudo isso reunido, tudo que é preciso agora é um pouco de esforço e trabalho de pesquisa, para propor uma solução para o problema.

Simples? Eu sei que escrever “como fazer” é muito mais fácil, mas esse tipo de receita básica sobre projetos de pesquisa deveria fazer parte do arsenal de ferramentas de todos os professores. Se você tem experiência em sala de aula, deve saber que nem todos os alunos têm inclinação para pesquisa, mas com uma ajuda rápida, eles podem começar a se interessar.

Nessa fase, não mencione as famosas normas da ABNT, essa parte gera um pouco de medo nos alunos. O mais importante é realizar a pesquisa, depois que o material estiver pronto a formatação será o menor dos problemas do aluno.

Recursos e dicas para revisar o plano de aula

Como qualquer professor que está se preparando para começar um novo semestre de atividades em pouco mais de 2 semanas, na maioria das instituições de ensino, estou revisando o meu plano de aula do último semestre. Cada disciplina pode sofrer ajustes dos mais variados tipos, dependendo do motivo, seja ele o feedback negativo dos alunos por algum determinado material ou até mesmo mudanças na área do conhecimento ocorridas nesses últimos seis meses e que precisam ser ajustados. Os professores que lecionam assuntos relacionados com tecnologia sabem bem o que é isso.

Na maioria dos casos, os ajustes se fazem presentes nos textos de apoio ou nos slides das aulas. Que por sinal devem sempre estar crescendo em termos de conteúdo. Sempre dá para melhorar alguma coisa.

Table of Contents

Para ajudar os colegas que estão precisando fazer o mesmo tipo de tarefa, mas que não tem referências ou indicações sobre os lugares na internet em que podem encontrar materiais para suas aulas, resolvi compilar uma pequena lista, com lugares que oferecem conteúdos gratuitos ou visuais, para melhorar as suas aulas.

A primeira parte é o conteúdo visual, como conseguir boas imagens? Nesse quesito, sempre uso três opções:

  • Flickr: Maior rede social de fotógrafos do mundo, como o nome mesmo diz a rede é especializada na divulgação de imagens e fotografias. A maioria das imagens é protegida por direitos autorais, mas também existem opções licenciadas sob creative commons. Para ambientes de EAD é o mais indicado, pois permite que algumas das fotografias sejam inseridas em páginas web, de maneira semelhante ao que acontece com o Youtube.
  • Stock xchng: Banco de fotografias e imagens, a maior parte das imagens disponíveis é gratuita.
  • IStockphoto: Quando a apresentação ou aula necessitar de material de melhor qualidade, a solução é recorrer a sistemas pagos. No meu caso uso muito do IStockphoto, que disponibiliza fotografias livres de direitos autorais. A grande maioria das imagens é paga, mas vale a pena para aquela palestra ou apresentação importante.

Como parte das aulas, uso muitos vídeos para contextualizar e apresentar cenários. Aqui temos o clássico Youtube e outro sistema com vídeos de melhor qualidade, chamado Vimeo.

Agora que você já sabe pesquisar imagens e material visual, aguarde pelo próximo artigo sobre pesquisa de conteúdo textual e científico.

Até lá.

CSCL: Aprendizagem colaborativa usando o computador

Umas das vantagens de usar tecnologia como apoio para educação é a possibilidade de aproveitar todo o potencial de comunicação e interatividade com a internet. Hoje pela manhã, um colega professor me perguntou se eu já havia preparado algum curso, que usasse de maneira plena a teoria do CSCL, que é a sigla para Computer Suported Collaborative Learning, ou seja, aprendizagem colaborativa apoiada por computador. Essa é mais uma das técnicas de ensino que se encaixam perfeitamente em ambientes a distância, que usam internet.

Alguns autores associam o CSCL ao uso da aprendizagem baseada na resolução de problemas. Não confunda isso com trabalho em equipe, pois no trabalho em equipe pode haver a divisão de tarefas, quando aqui a idéia é trabalhar colaborativamente. Estando juntos na resolução de um problema, os alunos podem trocar experiências e opiniões, para aprender de maneira colaborativa.

Adobe Connect Session Screen Capture

Essa metodologia pode ser aplicada em qualquer situação? Não! Infelizmente esse tipo de metodologia não pode ser aplicado de imediato, em ambientes como sistemas LMS, sem muito planejamento prévio.

O que é necessário? Antes de mais nada, precisamos fazer uma pesquisa criteriosa, entre os próprios alunos, para conhecer a faixa etária e outras características que possam atrapalhar essa metodologia de ensino.

Um dos pontos críticos nesse aspecto é a tutoria. Quem já tentou usar ambientes virtuais de aprendizagem, para discutir assuntos sérios, sabe que é extremamente importante manter vigilância constante sob as mensagens. Alguns alunos, assim como na sala de aula presencial, teimam em desviar o foco das discussões, fazendo com que a experiência de todos fique prejudicada. Por isso, o trabalho do mediador ou tutor é de fundamental importância, para direcionar as discussões e criar um ambiente de colaboração.

Se você quiser usar esse tipo de ensino, nos seus cursos ou disciplinas virtuais, recomendo esse texto com as teorias envolvidas na aprendizagem colaborativa. Apesar de ser antigo, isso fica claro pelo design do site, o material é muito bom! Veja alguns dos assuntos abordados:

  • Teoria Sociocultural
  • Teoria do construtivismo
  • Aprendizagem baseada na resolução de problemas
  • Cognição

Esses são apenas alguns dos assuntos abordados. O texto está em inglês, mas mesmo que você não domine o idioma, recomendo um esforço para entender o processo. Em última instância, sempre temos as ferramentas de tradução eletrônica para dar uma forcinha.