Ainda é notório que a maioria dos professores, acostumados com o contato e conversas presenciais com os seus alunos, ainda resiste às tecnologias voltadas para educação. Para esses professores, sempre costumo dizer que a educação a distância é o futuro, mas não é só isso, as tecnologias voltadas à informática também estão tomando conta das salas de aula. Ainda podemos dizer que não só é o futuro, mas um caminho sem volta.
A virtualização dos processos é um fenômeno inerente a todos os segmentos da sociedade. Desde os mais simples até os mais complexos. Quando o e-mail surgiu, estávamos começando a virtualizar o processo de comunicação. Agora com a disseminação dos sistemas LMS e outros; essa virtualização está cada vez mais forte no setor de educação.
Tudo bem, esse é o futuro e um caminho sem volta. Mas por que razão os professores ainda não gostam? Simples, além de ser uma mudança de paradigma enorme, os processos e ambientes que envolvem educação a distância exigem um alto nÃvel de planejamento e envolvimento com tecnologias, que nem sempre são dominadas pelos docentes.
Quem aqui não conhece aquele professor que tem a sua aula preparada e planeja há mais de 5 anos, com as famosas transparências e infindáveis fotocópias? Por que motivo esse professor faria uma revisão no seu material, para adaptar a sua aula para um ambiente eletrônico como o Moodle? Não é nada fácil abordar esse professor, para exigir esse tipo de tarefa, sem uma compensação financeira. Fora que quando as equipes de EAD, começam a trabalhar nas aulas de um professor, esse pode ficar com receio de estar sendo “investigado”. Outro fator que gera preocupações, os professores tem receio de perder o emprego para o computador, fato que não é verÃdico. Mesmo em EAD a figura do professor é fundamental, mesmo que ele seja chamado de Tutor e não professor.
Outro fator para a resistência; a vivência em ambientes virtuais. Você acha que está preparado para participar de um fórum na condição de moderador? Quem sabe elaborar um questionário simples?
Como resolver essa situação? Na verdade essa é uma situação muito complicada, principalmente se a instituição de ensino “forçar” a migração do modelo presencial para aulas a distância. A resistência dos docentes será ainda maior. Para tentar minimizar o processo de transição, o treinamento nas plataformas tecnológicas é fundamental. Mas não só o treinamento deve ser feito, um trabalho de conscientização pesado para que os professores fiquem familiarizados com a tecnologia.
O uso da tecnologia para atividades de comunicação é fundamental. Por exemplo, estimular o uso de Skype ou comunicadores instantâneos nos processos internos da instituição. Quem sabe, antes de iniciar o uso de um LMS como o Moodle, implementar uma rede social com o ELGG na instituição. Com o sucesso das redes sociais, os alunos e professores já podem se familiarizar com a tecnologia, para atividades mais simples, como a comunicação e trocas de idéias.
Se a inserção desses novos ambientes tecnológicos for feita de maneira “truculenta” ou por imposição, em instituições de ensino que não dependam do fator deslocamento geográfico para aulas, sem um planejamento prévio ou treinamentos constantes, o processo está fadado ao fracasso.
Sem o apoio dos professores, as iniciativas de EAD não funcionam.